O crescimento econômico dos Estados Unidos retomou a força no primeiro trimestre, embora não tanto quanto esperado, o que pode aumentar os temores de que a já enfraquecida economia pode ter dificuldades para lidar com os cortes de gastos do governos e os impostos mais altos.

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O Produto Interno Bruto (PIB) expandiu a uma taxa anual de 2,5 por cento, informou o Departamento de Comércio nesta sexta-feira, depois de o crescimento quase ter estagnado em 0,4 por cento no quarto trimestre. O resultado, entretanto, não correspondeu às expectativas dos economistas de uma alta de 3 por cento.

"Não foi o início forte de ano que esperávamos, e os sinais de março sugerem que só vamos desacelerar a partir daqui até o trimestre da primavera (no hemisfério norte)", disse o economista-chefe do CIBC World Markets Economics, Avery Shenfeld.

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Parte da aceleração na atividade refletiu o abastecimento dos silos pelos produtores agrícolas, depois que uma seca no último verão dizimou as safras. Excluindo os estoques, a taxa de crescimento foi de 1,5 por cento.

Ainda assim, a maioria das áreas da economia contribuiu para o crescimento, com a exceção do governo, comércio e investimento da empresas em escritórios e outros estabelecimentos comerciais.

Embora o gasto do consumidor tenha aumentado de forma sólida, ele aconteceu aos custos da poupança, o que não é bom para o crescimento futuro.

Separadamente, um relatório da pesquisa realizada pelo Thomson Reuters com a Universidade de Michigan mostrou que os temores com as finanças enfraqueceram a confiança do consumidor em abril. A leitura final do índice geral de confiança do consumidor caiu para 76,4, ante 78,6 em março.

O relatório do PIB oferece munição para o Federal Reserve, banco central do país, manter seu estímulo monetário. A expectativa é de que o Fed, que se reúne na próxima semana, mantenha a compra de títulos a um ritmo de 85 bilhões de dólares por mês.

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"Eles vão reduzir a avaliação econômica. O segundo trimestre está mais perto de 1 por cento", disse o economista-sênior do RBC Capital Markets Jacob Oubina.

Dados que vão do emprego a vendas no varejo e indústria enfraqueceram substancialmente em março, após ganhos robustos nos dois primeiros meses do ano, e o setor industrial parece ter desacelerado ainda mais em abril

ConsumidoresOs gastos do consumidor, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, aumentaram a uma taxa de 3,2 por cento --a mais rápida desde o quarto trimestre de 2010. Os gastos cresceram a uma taxa de 1,8 por cento no quarto trimestre do ano passado.

O aumento nos gastos ocorreu apesar do retorno de um imposto sobre a folha de pagamento de 2 por cento e preços mais altos de gasolina.

Entretanto, as famílias reduziram a poupança depois que a renda caiu a uma taxa de 5,3 por cento, a mais forte queda desde o final de 2009.

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A taxa de poupança --percentagem de renda disponível que as famílias estão guardando-- caiu para 2,6 por cento, a menor desde o quarto trimestre de 2007, ante 4,7 por cento no quarto trimestre de 2012.

Apesar do aumento nos preços da gasolina, as pressões inflacionárias foram benignas. A inflação ficou em 0,9 por cento, o menor aumento desde o segundo trimestre de 2012 e uma forte desaceleração ante o ritmo de 1,6 por cento registrado no quarto trimestre.

O núcleo de inflação, que exclui custos de alimentos e energia, subiu a uma taxa de 1,2 por cento.

Os gastos do governo caíram a um ritmo de 4,1 por cento, com quedas nos âmbitos federal, estadual e local. Os gastos governamentais caíram em 10 dos últimos 11 trimestres.

"A queda nos gastos do governo durante os dois últimos trimestres é a maior contração em seis meses desde que a Guerra da Coreia acabou", disse Paul Ashworth, economista-chefe da Capital Economics de Toronto, em nota.

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Os gastos empresariais em equipamentos e software desaceleraram com força, crescendo a uma taxa de apenas 3,0 por cento após um forte ritmo de 11,8 por cento no quarto trimestre.

Economistas alertam que ainda é muito cedo para atribuir a culpa pela desaceleração nos investimentos empresariais, e outros sinais de enfraquecimento econômico, aos cortes de gastos do governo, conhecidos como "sequestro", que entraram em vigor em 1º de março.