A redução do crédito para os exportadores, em conseqüência do agravamento da crise internacional, só terá efeito sobre as vendas externas do país a partir de dezembro, avalia o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. Segundo ele, caso as restrições ao crédito já previstas por instituições como Bradesco e Banco do Brasil sejam confirmadas, poderá ocorrer um "forte impacto" no comércio exterior brasileiro. De acordo com Castro, o setor mais afetado deverá ser o de bens de capital, que está liderando, junto com automóveis, a produção industrial no país.
"As linhas de crédito são indispensáveis. Sem linha de crédito não há operações exportadoras. Fica muito difícil para a maior parte das empresas trabalhar com capital próprio", afirmou Augusto de Castro. Ele acredita que as dificuldades geradas às exportações com a crise, como restrição a crédito e queda na demanda internacional, poderão levar a um déficit na balança comercial brasileira no ano que vem.
Ontem, o diretor responsável pela área de comércio exterior do Banco do Brasil, Nilo José Panazzolo, disse que a redução de liquidez no mercado externo deverá fazer com que a instituição não atinja a meta de US$ 14 bilhões em operações de crédito ao comércio exterior em 2008. Segundo ele, já houve aumento no custo de captação, que está sendo repassado às empresas.
Ainda ontem, o vice-presidente do Bradesco, Norberto Barbeado disse acreditar que o aumento de taxas de financiamento vai atingir todas as operações de crédito e exemplificou que o Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC, usado pelos exportadores), cujo prazo vai de dois a três anos, deve ter o prazo reduzido para 180 dias.
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