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Exterior melhora e Bolsa recupera perdas da semana; dólar recua

Na semana, o índice Ibovespa conseguiu ter alta de 0,74%, enquanto no mês a alta é de 2,97% | Mauricio Lima / AFP Photo
Na semana, o índice Ibovespa conseguiu ter alta de 0,74%, enquanto no mês a alta é de 2,97% (Foto: Mauricio Lima / AFP Photo)

A Bolsa brasileira conseguiu recuperar nesta sexta-feira (17) as perdas registradas nos dois dias anteriores e encerrar a semana com ganho, animada por um cenário mais otimista no exterior. Já o dólar fechou a sessão em baixa em relação ao real.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa, fechou com alta de 2,63%, a 55.723 pontos. Na semana, o índice conseguiu ter alta de 0,74%, enquanto no mês a alta é de 2,97%.

Nesta sexta-feira, das 70 ações negociadas no índice, 58 subiram, nove caíram e três se mantiveram inalteradas. O volume financeiro no pregão foi de R$ 9,36 bilhões.

No Brasil, os investidores repercutiram o debate presidencial promovido por SBT, UOL e Jovem Pan na quinta-feira. O encontro foi marcado por uma maior agressividade nos ataques entre os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB). "Se por um lado o Aécio foi melhor no debate, por outro há dúvidas se o tom mais agressivo não pode fazer ele perder votos. É difícil saber como o eleitor que ainda está em dúvidas vai reagir a um debate tão agressivo de ambas as partes", afirma Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho.

Perto do fim do pregão a divulgação de pesquisa Sensus mostrando o candidato tucano com vantagem de 13 pontos percentuais em relação a Dilma ajudou a aumentar o ganho da Bolsa.

De acordo com a sondagem, o candidato tucano tem 56,4% das intenções de voto válidas, contra 43,6% da presidente. "Agora os mercados ficarão em compasso de espera para ver como vão evoluir as próximas pesquisas", completa Rostagno.

Esta sexta-feira também foi véspera do exercício de opções sobre ações --que vencem na segunda-feira. "Isso realmente acaba dificultando o andamento do mercado. Na sexta-feira anterior geralmente ações de empresas como Petrobras, Vale e do Banco do Brasil não conseguem subir muito por causa da disputa de investidores que não querem ver suas opções vencidas", afirma Alexandre Wolwacz, diretor da Escola de Investimentos Leandro&Stormer.

AÇÕESA maior alta do Ibovespa foi das ações da Cosan Logística, com avanço de 6,94%, a R$ 3,85.

As ações preferenciais da Petrobras, as mais negociadas, subiram 2,36%, a R$ 19,09, enquanto as ordinárias, com direito a voto, avançaram 3,06%, a R$ 18,18.

Os papéis preferenciais da Eletrobras tiveram alta de 4,94%, a R$ 10,40, enquanto os ordinários tiveram valorização de 6,72%, a R$ 6,99. As ações do Banco do Brasil avançaram 2,66%, a R$ 31,99.

Ainda no setor financeiro, os papéis do Itaú Unibanco subiram 2,92%, a R$ 36,70, e os do Bradesco tiveram alta de 3,87%, a R$ 37,60.Na outra ponta, os papéis da Vale encabeçaram as baixas no Ibovespa. Os papéis preferenciais da mineradora caíram 3,55%, a R$ 23,07, e os ordinários tiveram perda de 2,78%, a R$ 26,62. Já as ações da Eletropaulo caíram 2,72%, a R$ 7,50.

EXTERIORO dia foi marcado por um maior otimismo no exterior, com os principais mercados acionários se recuperando das perdas de dias anteriores.

Na Europa, as Bolsas subiram com os indicadores econômicos fortes dos EUA e diante de menos preocupações com a estabilidade política da Grécia.

A Bolsa de Londres subiu 1,85%, a 6.310 pontos, e a de Paris avançou 2,92%, a 4.033 pontos. Em Frankfurt, o DAX teve alta de 3,12%, a 8.850 pontos, enquanto em Madri o Ibex 35 teve valorização de 2,97%, a 9.956 pontos. Em Milão, o MIB registrou avanço de 3,42%, a 18.700 pontos. E em Lisboa o PSI-20 subiu 2,63%, a 5.046 pontos.

Nos Estados Unidos, os mercados também subiram. O Dow Jones fechou em alta de 1,63%, a 16.380 pontos. O S&P 500 avançou 1,29%, a 1.886 pontos, e o índice tecnológico Nasdaq teve valorização de 0,97%, a 4.258 pontos."O mercado subiu por declarações de Benoît Coeuré, membro executivo do Banco Central Europeu, que afirmou que a instituição vai começar a comprar ativos dentro de alguns dias para dar suporte à economia europeia", afirma Luciano Rostagno, do Banco Mizuho."Houve também fala do economista-chefe do banco central inglês que afirmou que a taxa de juros no país deve ficar em um patamar baixo por mais tempo do que inicialmente previsto pela deterioração da economia mundial", completa.

Segundo ele, os dados econômicos que têm sido divulgados sugerem que os bancos centrais da Europa e dos EUA podem adiar um movimento de normalização de sua política monetária, principalmente no caso do Federal Reserve (Fed, banco central americano).

Um aumento da taxa de juros deixaria os títulos do Tesouro dos EUA, que são remunerados pela taxa e considerados de baixíssimo risco, mais atraentes que aplicações em emergentes, provocando uma migração de recursos desses mercados de volta à economia americana.

Na China, o banco central sinalizou a injeção de até 200 bilhões de yuans (US$ 32,8 bilhões) nos 20 maiores bancos regionais e nacionais, em mais uma ação para estimular a segunda maior economia do mundo.

Os investimentos ocorrem em meio a preocupações de que o governo possa não atingir seu objetivo de crescimento, estabelecido em 7,5% neste ano, pela primeira vez desde o fim da crise asiática em 1998.

DÓLARNo mercado cambial, o dólar recuou nesta sexta-feira em relação ao real, após três dias seguidos de alta. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, caiu 0,80%, a R$ 2,443. O dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, teve baixa de 1,33%, a R$ 2,431.

Entre as 24 principais moedas emergentes, 14 tiveram desvalorização em relação ao dólar e dez se valorizaram ante a divisa americana.Na semana, o dólar à vista acumulou alta de 1,48% em relação ao real. Já o dólar encerrou a semana com valorização de 0,29% ante o real.

Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade às intervenções diárias no mercado de câmbio, com oferta de até 4.000 contratos de swap (equivalentes à venda futura de dólares) com vencimentos em 1º de junho e 1º de setembro de 2015. Foram vendidos 2.500 contratos para 1º de junho e 1.500 para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a US$ 197,6 milhões.

O BC também vendeu os 8.000 contratos de swap para rolagem que vencem em 3 de novembro e que equivalem a US$ 8,84 bilhões. Até agora, a autoridade monetária já rolou cerca de 58% do lote total.

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