A norueguesa Aker Solutions inaugurou nesta terça-feira (19), em São José dos Pinhais, aquela que diz ser a maior e mais moderna fábrica de equipamentos submarinos para produção de petróleo no mundo.
Fruto de um investimento de quase R$ 260 milhões, a unidade produz a chamada “árvore de Natal molhada”, conjunto de válvulas de até 150 toneladas que controla a vazão de óleo e gás na boca do poço, no fundo do mar.
A maioria dos equipamentos que a Aker produz hoje é destinada ao pré-sal. Segundo a companhia, cerca de 80% do petróleo produzido na nova fronteira petrolífera flui por árvores de Natal produzidas no Paraná.
Com o dobro da capacidade de produção da antiga unidade da empresa, que ficava na Cidade Industrial de Curitiba e foi desativada no início do ano, o novo parque fabril também permitiu à Aker aumentar o índice de nacionalização de seus equipamentos. Os módulos eletromecânicos que controlam as árvores de Natal a distância, antes produzidos na Inglaterra, agora são feitos no Brasil.
Instalada a poucos quilômetros da BR-376, a fábrica ficou pronta após dois anos e três meses de construção. Ela tem 55 mil metros quadrados de área construída, e pode ser ampliada em até 50%, segundo Maria Peralta, executiva-chefe da Aker no Brasil.
850 PESSOAS
trabalham na nova fábrica da Aker Solutions, em São José dos Pinhais. A crise fez encolher o número de funcionários: em seu auge, a antiga unidade da CIC chegou a empregar cerca de 1,2 mil trabalhadores.
Momento difícil
A unidade de São José dos Pinhais entrou em produção há dois meses, em meio a um momento especialmente difícil para a indústria do petróleo – e certamente o pior momento da história de sua principal cliente no país, a Petrobras.
Como a Aker ainda tem uma encomenda bilionária de árvores de Natal para entregar à Petrobras, por enquanto não falta trabalho para a nova fábrica. Mas sobram incertezas para o futuro.
Prejudicada pelo esquema de corrupção desvendado pela Operação Lava Jato e por bilionários erros de gestão, a Petrobras está cortando investimentos de forma mais intensa que as demais petroleiras do mundo, todas afetadas pela queda do preço do petróleo, que desde meados de 2014 despencou de mais de US$ 100 para a casa dos US$ 40.
“Apesar do momento difícil do mercado de óleo e gás, e mais especificamente no Brasil, devido ao cenário político desafiador, acreditamos muito no país e num futuro promissor para nossas operações”, disse, na cerimônia de inauguração, o executivo-chefe mundial da Aker Solutions, o brasileiro Luis Araujo. “Aqui no Brasil nós triplicamos nosso faturamento desde 2011, e acreditamos que temos todos os ingredientes para continuar avançando.”
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast