Navios movimentam economia local e geram impostos de milhões de dólares
É preciso melhorar a prestação de serviços
Uma questão que gera polêmica em torno da abertura de um terminal turístico para receber navios de passageiros de grande porte no litoral do Paraná é a falta de estrutura local para atender à demanda. Toda a cidade, e até mesmo a região, precisam estar preparados, como os comerciantes, taxistas, artesãos e todos que têm como atividade profissional o contato direto com o público.
SC na dianteira com novos investimentos
Se o Paraná ainda depende de investimentos para atrair o interesse das empresas que operam navios de passageiros de grande porte, o estado vizinho, Santa Catarina, já aposta no potencial do setor há muito tempo, principalmente o município de Itajaí. No ano 2000 foram investidos R$ 6 milhões para a construção de um píer turístico no porto da cidade, que tem administração municipal. Além da infra-estrutura necessária, a área também conta com uma alfândega, que é indispensável no píer que for construído no Paraná para torná-lo competitivo.
Paranaguá Por não ter estrutura para receber navios de passageiros, o Paraná fica de fora do lucrativo mercado de turismo marítimo, que cresce a cada ano no país. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas Marítimas (Abremar), nos últimos seis anos o crescimento foi de 500%.
Durante a temporada dezembro a março o número de embarcações trazidas para a costa brasileira vem aumentando consideravelmente. No verão de 2004/2005 foram 399 escalas em 13 portos. Já em 2005/2006 o número subiu para 677 escalas em 17 portos.
Como os cruzeiros se tornam mais acessíveis e o dólar aparentemente continuará em um valor convidativo para o turismo, a tendência é que a procura por viagens em navios no Brasil deve crescer ainda mais nas próximas temporadas. Em um evento recente focado em turismo marítimo, agentes de viagens de todo o país defenderam a necessidade de se criar novos roteiros.
Além disso, outro motivo importante para que o Paraná invista no segmento é o fato do estado ter o segundo maior número de pessoas que compram pacotes para cruzeiros, perdendo apenas para São Paulo. Os paranaenses geralmente vão até o porto de Santos para embarcar.
O presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens do Paraná (Abav/PR), Antônio Azevedo, diz que está mais do que na hora de ser construído um terminal turístico no litoral do estado. "Os números do setor provam que há espaço para crescimento e que novas rotas, desde que com a estrutura necessária, serão atrativas". Ele explica ainda que os passageiros de navio têm um poder aquisitivo maior e são mais exigentes, e por isso a necessidade de se investir em um local com fácil acesso aos navios, seguro e agradável, com banheiros, área climatizada e uma estrutura mínima de prestação de serviços e comércio.
Ele lembra que na última temporada um navio chegou a atracar em Paranaguá, mas como o porto é exclusivamente comercial, a experiência foi desastrosa. "Os passageiros reclamaram do começo ao fim da viagem. E com razão. Pagar por um pacote para ter de ficar em meio à soja e à sujeira, sem ao menos um banheiro por perto ou local para comprar água, não é muito agradável", conta. Pata tentar atrair parte dos 230 mil turistas que desembarcaram em portos brasileiros na temporada 2005/2006, a prefeitura de Paranaguá tem um projeto para a construção de um píer turístico no porto da cidade, com o objetivo de transformar o município no corredor marítimo de turismo no Paraná. O investimento previsto é de R$ 12 milhões. A proposta só esbarra em um detalhe. Na esfera política, o prefeito e a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) não falam a mesma língua, o que dificultaria uma parceria entre as administrações do porto e do município para que a proposta fosse levada adiante. Além disso, a Appa já está em negociação com a prefeitura de Antonina para a implantação de um terminal de passageiros lá. Como a idéia ainda está sendo discutida, nem a Appa nem a prefeitura puderam adiantar o valor do investimento, de onde sairiam os recursos e o prazo para a conclusão das obras.
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