A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) teme que a crise financeira mundial possa ter um impacto direto no número de pessoas que passam fome todos os dias no mundo. Nesta terça-feira, durante a apresentação do relatório anual da entidade, o diretor da FAO, Jacques Diouf, afirmou estar "muito preocupado" que a crise possa secar recursos que são usados para comprar comida e alimentar milhões de pessoas no mundo. Ele ainda teme que haja uma falta de recursos para investir na agricultura dos países em desenvolvimento e resolver o problema da fome.
"Claro que estamos preocupados. Estimamos que o mundo precise de investimentos de US$ 30 bilhões para conseguir alimentar sua população nas próximas décadas", alertou Diouf. "A fome no mundo aumentou em 2007 e atingiu 75 milhões de pessoas a mais que no ano anterior. Hoje, já são 923 milhões de pessoas mal nutridas no planeta", disse.
Segundo ele, o aumento da fome em 2007 e parte de 2008 ocorreu diante da elevação nos preços das commodities (matérias-primas) e deixou claro que a expansão do etanol era parte integral do problema. "Não há dúvidas de que o etanol pressionou os preços", afirmou
"Uma das preocupações é de que a injeção de bilhões de dólares nas economias acabe, em algum momento, voltando a influenciar na inflação", explicou Diouf. "Além disso, se o caminho for uma eventual recessão, serão os mais pobres mais uma vez quem receberão menos, perderão seus empregos e terão menos recursos para se alimentar", disse. Ele desfaz, assim, a teoria de que, sem inflação, o problema da fome estaria resolvido. "Uma recessão deterioraria a situação", confirmou.
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