Crítica no BNDES é "dor de cotovelo"
O ministro Guido Mantega voltou a defender os empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e atribuiu as críticas às destinações das verbas, que beneficiam mais as grandes empresas, à "dor de cotovelo de uma meia dúzia que faz barulho".
Numa iniciativa inédita, o ministro Guido Mantega convocou a imprensa para apresentar ontem uma publicação bimestral do Ministério da Fazenda com números da economia, balanços comparativos com a gestão tucana e projeções. Em ano eleitoral, a sétima edição do Economia Brasileira em Perspectiva passou a incluir até mesmo gastos do Orçamento com saúde e educação e o nível de escolaridade dos jovens no país.
Nas páginas do documento, Mantega acabou inclusive cedendo ao otimismo que vinha evitando ao longo do ano, diante das suspeitas de superaquecimento, e elevou dos 6% a 6,5% para entre 6,5% e 7,5% a previsão de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010. Mesmo assim, diz que o cenário da Fazenda é o de 6,5%.
O ministro garantiu que o anúncio nada tem a ver com o momento eleitoral e afirmou que, em reunião ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avisou a todos os ministros que continassem trabalhando como se não houvesse eleição. "A vida não se resume à questão eleitoral. Se o candidato quiser, pode pegar em cada ministério estas informações. São todas públicas", afirmou o ministro. Mantega destacou que uma das novidades no Brasil é que já não há mais contaminação da economia pela política. Segundo ele, o boletim ficou mais consistente e abrangente. No entanto, minutos mais tarde, não resisitiu ao comentar a menor volatidade do câmbio no país: "Isso é uma novidade em ano eleitoral."
Investimentos
Pela primeira vez desde 2001, segundo o boletim, os investimentos superaram os gastos com custeio da máquina pública. Para embasar o discurso de sustentabilidade da política fiscal, o boletim traz um indicador que mostra a relação entre investimento e despesas de custeio da máquina. Em junho, esse indicador alcançou 108,6% para cada real gasto em custeio, R$ 1,086 foi investido. Em 2003, no primeiro ano do governo Lula, o indicador era de 26,6% (26,6 centavos investidos para cada real gasto em custeio).
Na análise do Ministério da Fazenda, os dados do indicador mostram que investimentos públicos não só cresceram nos últimos anos, como essa evolução ocorreu sem que os gastos de custeio da máquina administrativa tenham aumentado. "Esse é um claro indicador de melhoria da qualidade do gasto público. Ao contrário, as despesas com manutenção da administração pública estão estabilizadas em valores reais", destaca o documento.
O ministro também classificou como saudável o fato de que o Brasil está caminhando na direção de geração de poupança pública. "Se não fosse a crise, estaríamos gerando poupança há três anos", comentou. Para Mantega, a recuperação da poupança pública mostra a solidez das contas públicas.
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