A falta de um cartão de crédito é uma das principais barreiras para quem quer fazer compras internacionais pela internet. Porém, isso não é mais desculpa para deixar de adquirir algo em um site do exterior. Por mais que essas lojas não aceitem boletos ou outras formas de pagamentos populares no Brasil, já há meios de contornar esse problema.
Empresas como PayPal e a paranaense Ebanx criaram alternativas que rompem essa limitação. São cartões virtuais pré-pagos em que o consumidor pode adicionar créditos em dólar a partir do boleto bancário. É como se fosse um cartão de crédito internacional qualquer, mas sem o cartão em si. No lugar, a pessoa recebe apenas seu número, que pode ser usado em qualquer e-commerce.
A facilidade é o grande diferencial desse novo formato, como explica o gerente de marketing da Ebanx, André Boaventura. Segundo ele, desde que o chamado Dollar Card foi lançado, no último mês de novembro, isso permitiu que muita gente tivesse acesso a algo que antes era impossível. Mais do que isso, o controle das finanças é o grande diferencial.
A vantagem do cartão virtual é que, por ser pré-pago, você sabe exatamente o quanto está pagando por um produto.
Como Boaventura explica, o uso de um cartão pré-pago faz com que o consumidor saiba exatamente o quanto está sendo pago em um produto importado. “Se você compra com seu cartão de crédito, a cotação usada vai ser aquela quando a fatura fechar. E, em tempos de dólar volátil, fica difícil prever qual será esse valor final”, aponta. Já com o cartão virtual, o pagamento é feito na hora da recarga, de maneira semelhante aos cartões pré-pagos usados em viagens.
Na ponta do lápis
Apesar da praticidade ser o grande atrativo, é preciso estar atento aos valores cobrados pela moeda americana antes de gerar o boleto, principalmente porque o câmbio utilizado costuma ser mais alto do que o aplicado pelas operadoras de cartões tradicionais.
Por causa das parcerias que essas empresas têm com diferentes casas de câmbio, o preço pelo dólar varia bastante. Mas, de maneira geral, o valor costuma ser maior do que o cobrado por um banco (veja quadro ao lado). E, assim como no Travel Money, o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) é calculado durante a recarga, o que ajuda a encarecer o processo.
A exceção fica com o Dollar Card, da Ebanx. Enquanto o PayPal utiliza a mesma alíquota de 6,38% aplicada em compras internacionais feitas em cartões de crédito, o serviço da marca paranaense usa o valor nacional, que é de apenas 0,38%. “É como se fôssemos uma casa de câmbio virtual em que a pessoa está comprando dólar”, explica Boaventura. Por isso, mesmo com a cotação mais alta, o cartão virtual pode ser uma boa opção até para quem já tem um cartão de crédito de verdade.
Dólar de verdade
Como cada operadora de cartão utiliza uma cotação diferente, o valor final da compra pode pesar um pouco mais no bolso.
Segundo dados de 16/02 | |||
Cotação | IOF | Total | |
PayPal | R$ 4,57 | 6,38% | R$ 4,86 |
Ebanx | R$ 4,31 | 0,38% | R$ 4,32 |
Cartão de crédito | R$ 4,11 | 6,38% | R$ 4,37 |
Segurança atrai quem também já tem cartão de crédito
A segurança é outra atratividade dos cartões virtuais. “As pessoas não gostam de inserir seu cartão de crédito em um site pouco conhecido ou suspeito com medo que ele seja clonado ou coisa parecida. Por isso, muitos estão adotando o modelo pré-pago por causa da segurança oferecida”, diz o gerente de marketing da Ebanx, André Boaventura.
Segundo ele, como o consumidor não precisa adicionar nenhuma outra informação bancária na hora de adquirir um cartão virtual, o impacto causado por fraudes como essa são menores do que quando acontece com um cartão de crédito de verdade. “Além disso, estamos investindo em suporte para que as pessoas tenham seus problemas resolvidos o quanto antes, inclusive identificar esse tipo de coisa”, complementa.
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