Cuidar bem do próprio dinheiro é fundamental para que, em momentos de crise, como o atual, as dificuldades da economia não corroam o patrimônio e coloquem a saúde financeira em risco.
Confira, abaixo, uma lista de cinco cuidados recomendados por especialistas em Finanças Pessoais para que o orçamento seja preservado, mesmo diante do cenário de inflação em alta, baixo crescimento e emprego ameaçado.
1. Não deixe dinheiro na poupança
Deixar dinheiro parado na poupança é um dos principais erros que se pode cometer, pois o rendimento da caderneta é muito baixo e não cobre sequer a variação da inflação - o IPCA supera, com facilidade, a taxa de retorno dessa aplicação. Isso significa que, ao longo do tempo, o capital mantido na poupança perde poder de compra. “Se, ao longo do tempo, você investir em produtos que perdem para a inflação, o dinheiro estará se descapitalizando”, disse à Gazeta do Povo a planejadora financeira Licelys Marques, certificada via IBCPF. O ideal é que o investidor busque alternativas mais rentáveis, como letras de crédito (que, a exemplo da caderneta, são isentas de imposto de renda) e títulos do Tesouro Direto (também cobertas pelo Fundo Garantidor de Crédito [FGC]).
2. Não use modalidades caras de crédito
O consumidor que está com dificuldades para honrar todos os compromissos financeiros que assumiu deve optar por modalidades de crédito que tenham os menores custos possíveis, como crédito pessoal, por exemplo. A escolha por produtos como cheque especial e juro rotativo do cartão de crédito é bastante comum, dada a facilidade de contratação desses produtos, mas deve ser evitada, pois implica o pagamento de juros que podem chegar a quase 350% ao ano. “Esquecemos que, quando usamos o cartão, estamos, na verdade, pedindo um empréstimo”, disse a especialista em Educação Financeira Cássia D´Aquino.
3. Não venda aplicações antes do prazo de vencimento
O investidor que comprou uma aplicação financeira para obter retorno em um prazo definido deve ter calma e esperar pela data de vencimento, de forma a obter a rentabilidade definida na contratação do produto. No caso de títulos do Tesouro Direito, por exemplo, a venda antecipada implica remuneração baseada no valor de mercado do título, que é inferior ao do vencimento. Isso ocorre porque, com juros em alta, os novos títulos trazem taxas de juros mais elevadas. Assim, paciência é fundamental e garante o recebimento de lucro conforme previsto originalmente.
4. Não use serviços desnecessários
Uma estratégia interessante para poupar dinheiro é reavaliar a relação entre custo e benefício de produtos contratados, como pacote de telefonia móvel e de serviços bancários. É preciso analisar se, de fato, todos os serviços incluídos no plano são necessários - é possível identificar item desnecessários, que são poucos usados, e migrar para uma versão mais simples e barata. No caso dos bancos, também é possível propor uma negociação de valores, com vistas a conseguir descontos em pacotes de serviço ou taxas como anuidade do cartão de crédito.
5. Não gaste sem controle
Outro erro que deve ser evitado é fazer gastos sem nenhum tipo de controle orçamentário, que gerencie entrada e saída de dinheiro. Há diversos aplicativos gratuitos para celular que funcionam como planilhas de gestão financeira, desde modelos mais simples (como o Wally+, que oferece possibilidade de definição de meta de economia) até versões mais complexas (como o GuiaBolso, que funciona de forma sincronizada ao aplicativo de Internet Banking do usuário). O uso de recursos como esse é útil para denunciar gastos excessivos ou desnecessários e permitir uso mais racional do dinheiro.