A empresa de diagnósticos por imagem Alliar, controlada pelo fundo de investimentos Pátria, encerrou o período de jejum e será a primeira companhia a fazer estreia na Bolsa brasileira neste ano. A oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da empresa, o terceiro maior laboratório do País, atrás do Dasa e Fleury, levantou R$ 766,37 milhões no mercado.
As ações da companhia começam a ser negociadas nesta sexta-feira, 27, na Bolsa - a primeira abertura de capital desde junho do ano passado, quando a Par Corretora, da Caixa, foi ao mercado. A Alliar abrirá seu capital no Novo Mercado, segmento de mais elevada exigência de governança corporativa da BM&FBovespa. Os coordenadores dessa oferta foram os bancos Itaú BBA (líder), Bank of America Merrill Lynch e Santander.
Os papéis da companhia forma precificados em R$ 20, conforme antecipou o Broadcast, sistema de notícia em tempo real do Grupo Estado. A oferta superou a demanda em mais de duas vezes, incluindo parte do lote adicional de ações.
Dos R$ 766,37 milhões levantados, R$ 279 milhões vão diretamente para o caixa da companhia. A oferta primária, ou seja, emissão de novas ações, envolveu 13,953 milhões de papéis, e a secundária foi de 24,364 milhões de ações.
Expansão
Os recursos destinados para o caixa da empresa serão usados para expansão orgânica do laboratório de diagnóstico. Entre os acionistas vendedores na oferta secundária estão o fundo Kinea, do Itaú Unibanco, e os cerca de 80 médicos sócios da companhia.
Com um faturamento de cerca de R$ 950 milhões em 2015, o Alliar tem crescido nos últimos anos por meio de aquisições. Outros ativos estão no radar da companhia, como operações no Rio de Janeiro e cidades do interior de Minas Gerais, segundo fontes. A referência de mercado da companhia é o Fleury, embora o laboratório nacional tenha uma atuação mais diversificada e é voltado para as classes A e B.
Neste primeiro semestre, a empresa registrou receita líquida de R$ 438,8 milhões, alta de 31,8% em relação ao mesmo período do ano passado. O total de unidades de atendimento do Alliar chegou a 104 no fim de junho, ante 86 nos primeiros seis meses de 2015. A rede de laboratórios atua em 41 cidades de 10 Estados brasileiros e conta com 5 mil empregados e 426 médicos.
Perspectivas
A expectativa é de que a Alliar não seja a única empresa a ir para Bolsa este ano. Esse movimento deve puxar outras companhias. Entre as empresas que já realizaram o pedido junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) estão a Tenda, empresa de baixa renda da construtora e incorporadora Gafisa, e a companhia de água Sanepar. Mas, neste último caso, um re-IPO (relançamento de ações no mercado), uma vez que essa companhia já é listada na Bolsa, mas tem baixa liquidez no mercado.
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