Moda nos Estados Unidos e bastante difundidos na Europa, os ETFs (sigla para Exchange Traded Funds) são fundos de investimentos em ações que espelham índices de mercados amplos, como a Bovespa, ou segmentados, como o de energia e sustentabilidade. Ainda incipientes no Brasil, os ativos movimentaram em todo o mundo cerca de US$ 200 bilhões em 2015 (R$ 700 bilhões), segundo estimativa da consultoria EPFR. Um volume alto comparado com a participação brasileira, de US$ 9,9 milhões (R$ 34,683 milhões).
Como opção de investimento em renda variável, os fundos chamam a atenção dos aplicadores afeitos ao risco pela possibilidade de diversificação de papéis por um custo relativamente baixo. O diretor de private banking do Banco Fator, Rodrigo Marcatti, explica que como os ETFs replicam uma determinada carteira, as aplicações em ações se tornam mais baratas por meio deles do que pela compra de papéis de diferentes empresas.
Em comparação com os outros fundos de ação, o produto também sai na frente por cobrar taxas de administração menores que as comumente praticadas. Em média, os custos giram em torno dos 0,3% aos 0,6% sobre os rendimentos.
De acordo com a consultora financeira certificada pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais de Finanças (IBCPF) Licelys Marques, a cobrança menor ocorre porque os ETFs são fundos de gestão passivos, e não ativos. Ou seja, os gestores destes fundos não têm o objetivo de “bater” os índices de referência (benchmarks), mas sim de segui-los, o que exclui a remuneração para quem ultrapassar as metas.
As cotas dos ETFs têm um tíquete médio de R$ 10 mil e possuem alta liquidez, visto que o investidor pode resgatá-las ou vendê-las em qualquer dia de operação da Bolsa de Valores. A tributação é de 15% sobre o rendimento, sem isenção no Imposto de Renda sobre negociações feitas no mesmo dia (daytrade) de até R$ 20 mil.
Alto risco
Embora sejam considerados uma porta de entrada para os aplicadores interessados em diversificar por meio da renda variável, os profissionais da área de finanças destacam que, como todo fundo de ações, o produto apresenta riscos altos. Para o coordenador do MBA em Mercado Financeiro da Fesp, Rodrigo Leite Kremer, os ETFs são mais adequados para investidores com perfil arrojado e que têm maior apetite pelo risco. “Os investidores que lidam mal com perdas devem ter em mente que a remuneração deles é muito volátil. Às vezes, o retorno pode levar anos, ou mesmo apresentar um resultado negativo”, alerta. Licelys acrescenta que os aplicadores devem ficar atentos para as taxas de custódia e de corretagem, que incidem sobre a compra e venda das cotas.
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