As discussões em torno de uma possível Reforma da Previdência fazem acender o alerta vermelho para a contratação de planos complementares de aposentaria ou para a criação de carteiras de investimentos de longo prazo. Unanimidade entre os analistas financeiros, a recomendação ganhou força diante das propostas do presidente interino, Michel Temer, de estabelecer uma idade mínima para o benefício, de 62 anos para as mulheres e 65 para os homens, o que tende a dificultar a obtenção do teto do INSS, hoje fixado em R$ 5.189,82.
O consultor de investimentos e sócio da Inva Capital Raphael Cordeiro avalia que, embora os trabalhadores devam começar as reservas “o quanto antes”, é a partir dos 30 que os investimentos de longo prazo se tornam mais viáveis. “No início da carreira os jovens precisam investir muito na educação. E, como os salários costumam ser apertados nesse período, fica difícil iniciar um plano de previdência.” Em média, os analistas indicam uma economia de 5% a 10% dos ganhos mensais para garantir uma poupança na velhice. Mas para obter os melhores rendimentos é preciso pesquisar as opções e conhecer o seu perfil de investimento.
Para quem tem menos disciplina ou dificuldade em administrar uma carteira própria, Cordeiro indica a avaliação dos planos de previdência privada, que são divididos em dois: o VGBL e o PGBL. Indicado para quem faz a declaração simplificada ou é isento do Imposto de Renda, o primeiro possui incidência do IR sobre os aportes, mas, na hora do resgate, a taxa recai apenas sobre os rendimentos. A outra aplicação, por sua vez, é sugerida para quem faz a declaração completa e investe até 12% do rendimento bruto anual. Neste caso, os aportes são isentos de imposto. Porém, ao sacar o dinheiro, a incidência se dá sobre o montante total.
Além do regime de tributação, o investidor deve ficar atento aos custos para manter os ativos, que possuem as taxas de carregamento, que se dão sobre as aplicações e os saques ; e de administração, que, juntas, podem reduzir muito os ganhos do investidor. Para encontrar as opções mais vantajosas, o consultor sugere que os trabalhadores pesquisem planos em corretoras que não estejam vinculadas aos grandes bancos. “Nas seguradoras independentes é possível encontrar opções que não cobram taxas de carregamento para a saída, desde que o dinheiro seja mantido de três a cinco anos na conta, com taxas de administração anuais de 1% e aplicações mínimas de R$ 300 a R$ 500 por mês”, conta.