Embora a renda fixa fique mais atraente em tempos de alta da taxa básica de juros (Selic), hoje em 14,25% ao ano, o investidor deve ficar atento ao valor da taxa de administração. Boa parte dos ganhos com a aplicação – e da vantagem sobre a poupança – pode se perder se o índice cobrado pela corretora ou banco for muito elevado.
A taxa é um encargo anual (mas que incide mensalmente) que remunera o gestor do investimento. Via de regra, quanto maior a anuidade, menor é o rendimento líquido do papel.
Segundo a planejadora financeira Licelys Marques, da Praisce Capital, o investidor precisa pesquisar bastante para escolher as carteiras com o melhor retorno e a menor taxa de administração. “Para que os fundos sejam interessantes, nós sugerimos uma taxa entre 0,3% e 1% ao ano”, afirma.
O problema é quem nem sempre dá para escolher o fundo com a taxa mais baixa. Tudo depende do valor disponível para investir. A anuidade cobrada pelo produto está diretamente ligada ao tamanho do aporte feito pelo poupador. Quanto maior o investimento, menor é a taxa. “Por meio de plataformas de investimentos independentes, é possível achar fundos acessíveis a partir de R$ 3 mil”, diz.
Imposto
A anuidade não é a única a “morder” os retornos da aplicação. O Imposto de Renda também incide sobre a renda fixa, com cobranças que variam de 15% a 22,5%. Licelys aconselha que, antes de fazer qualquer movimento, o investidor deixe o dinheiro na carteira por pelo menos dois anos para pagar um IR mais baixo, “a não ser que encontre alguma oportunidade muito boa, como um CDB [Crédito de Depósito Bancário] que dê 110% da CDI”, considera.
Apesar da possibilidade de pular de fundo em fundo em busca da melhor rentabilidade, a planejadora indica a diversificação como caminho a ser seguido na medida em que os rendimentos sobem. Com no mínimo R$ 30 mil disponíveis, ela orienta o investidor a considerar opções mais atrativas no mercado, como o CDB e as Letras de Crédito Imobiliário (LCI), que oferecem retornos acima da taxa de juros.