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A diretora para a América Latina de notas soberanas da Fitch Ratings, Shelly Shetty, afirmou que o rating brasileiro poderá ser mantido neste ano caso as condições de crescimento e de gestão fiscal fiquem em linha com as previsões da agência de classificação de risco.

Ela estima que o crescimento do País saia de uma alta entre 2,2% e 2,5% em 2013, para uma elevação de 2,5% neste ano. Shetty também prevê que o superávit primário ficará estável neste período, em 2% do PIB. "Tais condições econômicas serão consistentes com o rating atual", destacou. A nota soberana do Brasil é BBB e a perspectiva é estável, indicadores que estão sendo mantidos pela instituição desde 2011. Ela estima que a dívida pública bruta pode ter ficado em 59% do PIB no ano passado e que mantenha essa marca também em 2014.

Na avaliação de Shelly, a perspectiva estável do País poderá ser alterada neste ano, de acordo com a evolução de dados econômicos. Ela destacou que este indicador pode, inclusive, "ficar positivo", caso ocorra um crescimento econômico mais expressivo, com consequente efeito de redução da dívida bruta como proporção do PIB. Contudo, ela também ressaltou que caso o nível de atividade e os parâmetros fiscais piorem de forma substancial, o que ela classificou de "desalinhamentos", isso poderia tornar negativa a perspectiva do Brasil.

A diretora mencionou ainda que o governo "mostra sinais de que deseja melhorar a credibilidade" da política econômica. "O fim da contabilidade criativa é uma ótima indicação, pois dá mais transparência às contas públicas", apontou. Ela se referiu à entrevista concedida pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao jornal O Estado de S.Paulo no dia 15 de dezembro, na qual destacou que o governo não adotaria medidas controvertidas e nebulosas na gestão fiscal, mesmo que elas estivessem fundamentadas pela lei. "Uma indicação importante é a disposição do combate com a inflação, especialmente com a aplicação da política monetária", apontou. No ano passado, o BC elevou a Selic de 7,25% para 10% e pode subir a taxa para 10,25% ou 10,5% no dia 15 de janeiro.

De acordo com Shelly Shetty, um outro bom sinal de mudança da atuação do Poder Executivo no curto prazo foi a realização de leilões de concessões públicas em infraestrutura. "Eles indicam que o governo quer melhorar condições da economia, especialmente com melhora dos investimentos", destacou. "O aprofundamento da interface do governo com o setor privado, como ocorre nas concessões, vai ser positivo para Brasil ampliar sua capacidade de crescer. E isso certamente será bom para o rating do País", apontou.

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