A Fitch Ratings colocou os ratings de longo prazo A em moeda estrangeira e A+ em moeda local do Bahrein em revisão para possível rebaixamento. A medida reflete a intensificação das manifestações, "que, juntamente com a crescente distância entre as demandas dos manifestantes e a posição do governo sobre as reformas políticas, sugere que os protestos vão se ampliar", disse, em comunicado, Purvi Harlalka, diretor de ratings soberanos para Oriente Médio e África da Fitch.

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Os protestos criaram incertezas econômicas e políticas, que aumentam os riscos do perfil de crédito soberano do Bahrein, segundo a Fitch. As manifestações já tiveram consequências fiscais, com a concessão de estimados 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em auxílio para as famílias no último dia 12, diz a agência. Quanto mais tempo a medida for mantida, maior o risco para a economia e as finanças públicas e externas, prossegue a Fitch.

As medidas fiscais recentemente anunciadas se seguem a um orçamento já expansionista que levará a dívida bruta a mais do que dobrar para 38% do PIB até 2012 (excluindo as medidas), de 16% em 2008. Mesmo nestes níveis elevados, a dívida continuará abaixo da previsão média para o rating A e o Bahrein tem demonstrado um histórico de prudência fiscal, afirma a Fitch.

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Segundo a agência, parte do aumento no orçamento é direcionado ao investimento maior em moradia social. Esta é uma antiga reivindicação dos xiitas e uma área chave da reforma exigida pelos manifestantes. Outras demandas, que incluem igualdade de oportunidades de emprego para os xiitas, um parlamento totalmente eleito e uma monarquia constitucional, são mais controversas, diz a Fitch.

As tensões sectárias entre a maioria xiita e a minoria sunita no poder, que é a principal fonte de risco político no Bahrein, ficaram em destaque desde a inquietação que se seguiu às eleições parlamentares em outubro de 2010. Neste período ocorreram prisões em massa de até 450 pessoas, 25 das quais foram acusadas de planejar a derrubada da monarquia. Os manifestantes também pedem a libertação destas pessoas, lembra a Fitch. As informações são da Dow Jones.