Os riscos ao programa de suporte financeiro para a Grécia são elevados e o país deve preparar-se para perseverar e cumprir a reforma econômica a fim de garantir financiamento contínuo, disse o Fundo Monetário Internacional (FMI) em nota divulgada ontem à noite. No domingo, o FMI aprovou uma linha de crédito de 30 bilhões de euros para a Grécia como parte de um pacote conjunto com a União Europeia de empréstimos ao país no total de 110 bilhões de euros para serem concedidos durante três anos. A ajuda financeira está condicionada a uma série de medidas de ajuste nas contas do país.
O FMI disse que, embora a dívida pública da Grécia deva crescer para 150% do Produto Interno Bruto (PIB), do nível de 115% do PIB em 2009, antes de cair em 2014, o aumento é sustentável no médio prazo. Mas advertiu que "significantes incertezas tornam difícil afirmar categoricamente que este seja o caso, com uma alta probabilidade".
A Eurostat deve revisar em alta sua estimativa de dívida em relação ao PIB em cinco ou sete pontos porcentuais, disse o FMI. Além disso, o fundo afirmou que a dinâmica da dívida grega pode "piorar significativamente em um ambiente de fraco crescimento econômico, baixa inflação ou taxas de juro elevadas, especialmente após o período do programa, quando as necessidades brutas de financiamento aumentam significativamente". Diante de tais incertezas, o FMI afirmou que o elevado risco de um contágio sistêmico internacional para outros países justificou o programa de empréstimo.
"Os ajustes necessários são sem precedente e levarão tempo, portanto, é provável que a fatiga se instale", diz o fundo em relatório sobre o empréstimo. "Qualquer choque não previsto pode prejudicar a economia e o sistema financeiro mesmo com o programa de ajuste fiscal em andamento". "A Grécia precisa perseverar para garantir apoio contínuo internacional", diz o FMI.
Por meio de medidas que envolvem corte de gastos com previdência venda de ativos públicos, aumento de impostos e disciplina com as receitas, a Grécia pretende cortar o déficit de seu orçamento do recorde de 13,6% do PIB em 2009 para 8,1% este ano e para abaixo do teto da União Europeia de 3% até o final de 2014. As informações são da Dow Jones.
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