O Comitê Monetário Financeiro Internacional (IMFC, na sigla em inglês), órgão que dá as diretrizes políticas para o Fundo Monetário Internacional (FMI), mostrou preocupação no comunicado final de sua reunião neste sábado com os "riscos crescentes" de piora da economia mundial, que vem crescendo aquém do esperado. Além da atividade fraca, o IMFC afirma estar "profundamente preocupado" com os impactos socioeconômicos e humanitários do Ebola.
"Estamos comprometidos em elevar o crescimento potencial e em criar uma economia global mais robusta, sustentável, balanceada e rica em empregos", afirma o comunicado, que menciona em vários momentos a necessidade de criação de empregos. O IMFC ressalta no texto que vai buscar "amplas e ambiciosas" medidas para revigorar a demanda e reduzir restrições de ofertas, por meio de "políticas macroeconômicas apropriadas" e reformas estruturais.
"A recuperação tem sido incompleta. Alcançamos algumas coisas, mas há mais para fazer", afirmou o ministro das Finanças de Cingapura, Tharman Shanmugaratnam, na entrevista coletiva sobre o encontro do IMFC neste sábado. Os governos, destacou ele, precisam agir para evitar o prolongamento da atual expansão abaixo do potencial dos diversos países. Uma das prioridades precisam ser em reformas estruturais, afirmou.
Já a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, destacou em sua fala a preocupação com o Ebola, mostrando que o FMI agiu rapidamente liberando US$ 130 milhões para os países afetados. "É preciso isolar o Ebola, não os países", destacou Lagarde, mostrando um broche que estava usando com a frase.
O texto final da reunião cita os níveis desiguais da atividade econômica nos diversos países da economia mundial. "Uma reativação da atividade econômica ocorre em alguns países avançados, notavelmente nos Estados Unidos e Reino Unido." Já no Japão a recuperação é "modesta" e na zona do euro é "morna". Em alguns mercados emergentes, o crescimento se mantêm firme, enquanto em outros deve se recuperar de forma moderada.
Shanmugaratnam destacou que os riscos de piora para a economia mundial vêm dos desafios associados ao processo de normalização da política monetária nos países avançados, da inflação baixa em outros, piora da tensão geopolítica e da crescente tomada de riscos no mercado financeiro nos últimos meses. Uma retirada de estímulos monetários precisa ser feita de "forma gradual e calibrada", afirma o texto.
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