Em seis meses, o Brasil registrou uma elevação dos riscos em função da velocidade de concessão de crédito, ao mesmo tempo em que viu uma redução do perigo das contas externas ficarem vulneráveis. É isso o que mostram indicadores que medem o sobreaquecimento das economias do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), desenvolvidos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Os dados, divulgados nesta segunda-feira (8), fazem parte do estudo Perspectiva da Economia Mundial.
Esses índices buscam mostrar se o nível de atividade dessas nações está chegando ao limite da sua capacidade de crescer - ou em outras palavras, se a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) está se tornando menos equilibrada e mais frágil para enfrentar choques.
De acordo com o FMI, em abril havia risco médio, um sinal amarelo do crescimento do crédito no Brasil. Porém, em outubro a luz vermelha foi acesa. Esse é um dos três indicadores financeiros analisados pelo Fundo, sendo que os outros dois mantiveram suas posições anteriores: os preços das residências permaneceram com a cor amarela e os valores das ações mantiveram a cor azul, o que significa baixo risco de sobreaquecimento da economia.
Por outro lado, houve melhora das contas externas do Brasil. O FMI prevê que o déficit de transações correntes deve baixar de 3 2% do PIB tanto em 2012 como em 2013 para um resultado negativo de 2,6% e 2,8% do Produto Interno Bruto, respectivamente. Desta forma, esse indicador passou de amarelo para azul, ou seja, de risco médio para baixo. No geral, as condições do balanço de pagamentos do País continuam na cor azul, já registrada em abril.
O Fundo também manteve as notas concedidas há seis meses para os quatro principais indicadores da economia doméstica brasileira: baixo risco para inflação e para o fechamento rápido do hiato do produto; contudo, o FMI classifica como alto o perigo de que a taxa de desemprego possa ajudar a aquecer demais a economia; e mantém em vermelho o indicador para o ritmo do nível de atividade ante a tendência apurada antes da crise de 2007/2008.
Um pequeno destaque feito pelo FMI foi a mudança da avaliação sobre o patamar dos juros reais no Brasil. Em abril, o Panorama Econômico Mundial indicava que este tema merecia uma seta para cima, o que simbolizava taxa real de juros acima de 3%. Como esta taxa baixou e está ao redor de 1,80%, pelo critério ex-ante o sinal ficou num nível intermediário entre o anterior e os países que tem taxas de juros reais negativas.
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