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Setor têxtil corta 15 mil vagas

A indústria têxtil registrou o pior fim de ano em uma década. Sob efeito da crise, o setor viu a produção se estagnar em novembro e dezembro e extinguiu 15 mil das 58 mil vagas com carteira assinada criadas nos dez meses anteriores. "Não me lembro de ter visto tantas demissões nesse período", disse o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Aguinaldo Diniz. Na terça-feira, o IBGE já havia informado que o setor têxtil foi um dos que mais demitiram. O número de vagas caiu 9,8% em novembro, em relação a novembro de 2007.

A Força Sindical apresentou ontem à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) propostas para manter o emprego dos trabalhadores durante o período de dificuldades pelas quais as empresas passam em função da crise internacional. Apesar da rejeição dos empresários, os trabalhadores insistem na garantia dos empregos.

Em reunião de mais de quatro horas, a Força Sindical propôs cinco alternativas: férias remuneradas, licença remunerada, banco de horas, suspensão temporária do contrato de trabalho e redução da jornada de trabalho associada à diminuição de salários. Em todas elas os sindicalistas exigem a garantia dos empregos. As entidades voltam a se reunir na próxima terça-feira.

Acordo inédito

Empresários acreditam que a crise atual levará empresas e sindicatos a um acordo inédito para redução de jornada com diminuição proporcional de salário. A medida encontra resistência principalmente na Central Única dos Trabalhadores (CUT), que tem bandeira histórica de redução de jornada sem diminuição de salários.

Para Lawrence Pih, proprietário do Moinho Pacífico, a medida é a única capaz de minimizar os efeitos da crise no mercado de trabalho. "Uma redução de jornada com redução proporcional de salário pode restringir ao mínimo o número de demissões na indústria", diz.

Segundo Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), a medida não significará precarização do trabalho, mas um ajuste a um novo cenário internacional muito crítico para a manutenção do nível de emprego.

Já José Antônio Martins, vice-presidente do conselho da Marcopolo, acredita que os sindicalistas não endurecerão as negociações. "A esta altura, não adianta brigar. Somos todos participantes de uma guerra e temos de vencê-la, tentando de todas as maneiras manter a empregabilidade."

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