Ele não é um tipo reservado. O psiquiatra e psicanalista Jorge Forbes aparece frequentemente nos jornais, nos programas de tevê e na internet. Seu site pessoal (jorgeforbes.com.br) funciona mais ou menos como um blog e ele ainda tem um perfil no Twitter. Ali, divulga sua agenda de palestras e entrevistas, além de algumas ideias sobre a vida.

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Como psicanalista, você não se sente exposto nas redes sociais?

Parto do princípio que o psicanalista é um cidadão. Lacan dizia não saber se a psicanálise era uma ciência ou não, mas sabia que não se tratava de uma ciência oculta. É claro que eu não pretendo fazer análise de ninguém por meio da internet, porque a análise exige a dureza do contato físico. Mas me valho especialmente do Twitter para publicar minhas opiniões e não consigo opinar de outro modo que não seja atravessado pela psicanálise.

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Por que o Twitter?

Aprecio a concisão dos 140 toques. Isso nos obriga a entender melhor o que realmente queremos dizer. Uma sessão de psicanálise lacaniana pode ser muito curta, porque se entende que não se chega necessariamente a maiores verdades falando por mais tempo. E há outra coisa de que gosto muito no Twitter: você fala em praça pública. Essa é a grande pós-modernidade das mídias sociais.

E quanto ao Facebook e ao Orkut?

Tenho um site que mantenho atualizado. E o Twitter. Acho que já está de bom tamanho. O fato é que não me sinto atraído por essas mídias sociais muito focadas em nostalgia. Encontrar velhos conhecidos, reviver antigos hábitos. . Tenho muito prazer com o meu passado, não sou saudosista. O que me interessa agora é o futuro.

O senhor aparece muito na tevê, nos jornais e, com o Twitter, também na internet. Isso nunca interferiu no seu trabalho?

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Todo formador de opinião quer se comunicar. Lacan realizava seminários, falava em público com qualquer pessoa e nunca viu problema nisso. Não vejo nenhuma incompatibilidade entre o exercício da psicanálise e o da cidadania. Alguns profissionais preferem viver em uma espécie extraterritorialidade. Mas eu acredito que isto se deva muito mais a uma questão de personalidade do que de necessidade profissional.

O senhor já foi criticado pelo uso que faz da internet?

Eu nunca recebi nenhum tipo de crítica diretamente por isso – o que não quer dizer que não haja!