Em tempos de queda na produção industrial de materiais elétricos (o setor recuou 10,1% em abril na comparação com o mesmo mês de 2014), o grupo paranaense Foxlux vai na contramão do mercado e inaugura, no mês que vem, uma unidade de produção de cabos coaxiais.
Esta é a primeira fábrica da companhia, que tinha foco exclusivo na importação e comercialização de produtos nos segmentos de lâmpadas, materiais elétricos e ferramentas desde a sua fundação, em 1997.
A nova unidade, instalada próxima à sede (onde também funciona o centro de distribuição), em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, deve incrementar em 5% o faturamento do grupo deste ano. “A partir do ano que vem estimamos que a nova linha cresça em torno de 20% a 25%”, afirma Paulo Velloso Ribeiro, diretor-geral da Foxlux. A capacidade total de produção de cerca de 150 mil metros de cabos por mês só será atingida em 2016.
Segundo Ribeiro, a decisão de construir a unidade fabril foi tomada há três anos, quando o cenário econômico do país era outro. Até aqui, o grupo se preparou para o investimento, cujo valor não é revelado pelo diretor. “Infelizmente o ano não está muito aquecido, mas o dinheiro foi reservado, fizemos o planejamento e não tinha por que não continuar com ele. A empresa está totalmente preparada para a ampliação. Estamos colocando um pé na indústria nacional enquanto muitas empresas caminham para a exportação”, diz.
Apesar disso, o grupo teve de rever o planejamento inicial de crescimento a 20% este ano por causa da crise pela qual o país passa. “A crise é muito mais forte do que imaginávamos no fim do ano passado, quando traçamos as estimativas para 2015. Então, estamos considerando que se conseguirmos crescer 10% será uma grande vitória”, afirma Ribeiro.
Parte da matéria-prima para a montagem dos cabos vem da China, enquanto a outra metade é de material nacional. Os cabos coaxiais são usados principalmente para a instalação de antenas e televisões de alta definição.
Com foco no varejo e presente em todo o país, o grupo Foxlux comercializa hoje cerca de 650 produtos divididos em lâmpadas, materiais elétricos e ferramentas vindos principalmente da China, Índia, Coreia do Sul e Vietnã.
Este ano a companhia também está investindo em uma nova linha focada na tecnologia LED para atender demandas de iluminação domésticas e comerciais.
O LED é um segmento que tem ganhado mercado no Brasil por ser uma boa solução para economizar energia, embora o investimento na troca de lâmpadas ainda seja alto. “O custo do LED vem caindo. Mudando a iluminação comum para LED, a economia no custo em média é de 50%”, afirma Ribeiro.