Com uma valorização de 16,9% no acumulado de janeiro a julho, os fundos multimercado entraram no radar dos investidores que querem diversificar os ganhos em meio à alta do dólar e à crise econômica do país.
Opções
Conheça as principais opções de fundos multimercado:
Macro
Fundos com operações em diferentes tipos de ativos, como ações, câmbio e renda fixa, escolhidos por um gestor conforme o cenário macroeconômico.
Multigestor
Fundos administrados por diferentes gestores.
Multiestratégia
Fundos que adotam mais de uma estratégia de investimento.
Trading
Fundos que concentram as estratégias em diferentes mercados ou classes de ativos, buscando ganhos por movimentos de curto prazo nos preços dos ativos.
Juros e moedas
Fundos com retorno no longo prazo por meio de investimentos em renda fixa. Nesta modalidade, não se admitem ativos de renda variável, como ações.
Estratégia específica
Fundos com estratégia de investimento em riscos específicos, como commodities e futuro de índice.
Long & Short
Fundos em que o gestor adquire ações consideradas baratas e vende as que estão caras, para assim ficar neutro diante das oscilações da bolsa.
De acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), no sétimo mês do ano os fundos multimercados macro – que compreendem diferentes tipos de ativos, como renda fixa, variável e câmbio, por exemplo – tiveram a segunda maior alta no país, de 4,99%, abaixo apenas dos fundos cambiais, com 10,31%.
Mas, por mais que essa opção tenha se destacado nos últimos meses, a especialista em finanças pessoais Ana Paula Mussi Cherobim, diretora do setor de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), avalia que o momento dos grandes ganhos já passou.
Entretanto, a professora afirma que o único cenário possível para que esse tipo de investimento continue a ser vantajoso é o de “falta de bom senso político”, em que o ajuste fiscal não seja aprovado, a bolsa continue em queda e o dólar siga em alta.
Segundo ela, essa categoria “só serve para quem está aplicando uma parte da renda e que não precisa dela agora” e se destina aos investidores com perfil mais arrojado, que estão dispostos a arriscar mais.
Composição
A essência dos fundos multimercado está em ajustar sua estratégia conforme os ativos que trazem mais retorno dentro do cenário econômico, o que significa diversificar a carteira entre títulos públicos, ações da bolsa e câmbio, entre outros.
Resgates
Apesar da rentabilidade, os fundos multimercados tiveram mais saques que aplicações neste ano. Para o professor de Finanças da FAE Amilton Dalledone Filho, os resgates se devem à busca do investidor por proteção da volatilidade do mercado e à procura por investimentos mais seguros em um momento de incertezas.
Por esse motivo, o professor de Finanças da FAE Amilton Dalledone Filho alerta o investidor a ficar atento aos papeis que compõem os fundos e o perfil dos gestores, o que pode ser observado em rankings como o da Anbima. “Também é preciso saber se o fundo tem taxa de carregamento, que é um valor cobrado pela sua performance”, diz. Essa taxa é cobrada além da de administração, que é paga para manter a carteira.
O economista avisa aos interessados que, antes de fazer sua escolha, se atentem à quantidade de dinheiro que têm para investir e o prazo que estão dispostos a esperar para ter um retorno, que pode levar anos. “Quanto mais dinheiro você tiver, mais poderá negociar as taxas.”
Ana Paula, da UFPR, recomenda que os investidores diversifiquem e não coloquem todos os seus recursos nos fundos multimercado, e que estejam conscientes de que é possível sair perdendo com essa escolha. “Quando se aplica num fundo multimercado, você pode colocar R$ 10 mil e resgatar R$ 6 mil”, exemplifica.
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