Os ministros e altos funcionários do G-20 - grupo que luta pela abertura dos mercados dos países desenvolvidos para suas exportações agrícolas - divulgaram, neste sábado, uma declaração alertando para a possibilidade de fracasso não apenas da Rodada de Doha, mas do próprio sistema multilateral de comércio. Segundo o comunicado, as nações em desenvolvimento não aceitarão dos países mais ricos do mundo que haja qualquer retrocesso no que foi acordado no final do ano passado em Hong Kong. Entre os pontos tidos como inegociáveis, está a eliminação dos subsídios às exportações até 2013.
"Sublinhamos que o único resultado aceitável será aquele que estiver em conformidade com os compromissos de Doha. Qualquer tentativa de renegociar ou de reescrever tais marcos será inaceitável", diz o documento.
A reunião, que acontece neste fim de semana no hotel Copacabana Palace, no Rio, tem por objetivo discutir formas de destravar as negociações que ocorrem no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), suspensas desde julho deste ano. O G-20, que tem como convidados nos encontros deste sábado representantes de outros grupos de países, entre os quais os de Menor Desenvolvimento Relativo (PMDRs), o Grupo Africano de Economias Vulneráveis e o Algodão-4, destacaram que a agricultura está no centro da agenda da Rodada de Doha.
"A maioria dos pobres do mundo faz da agricultura seu meio de vida. Suas condições de subsistência e seu padrão de vida encontram-se seriamente ameaçados pelos subsídios e pelas restrições de acesso a mercados que prevalecem no comércio agrícola internacional. Uma rodada fiel à dimensão do desenvolvimento deve com urgência corrigir essa situação", enfatizaram os participantes do encontro, que, no domingo, terão reuniões separadas com representantes dos Estados Unidos, da União Européia e do Japão.
