As medidas tentam evitar a desvalorização cambial e promover a estabilidade financeira internacional. Já a ONU critica o grupo por não ter assumido mais compromissos para combater às mudanças climáticas| Foto: reuters

Os líderes do G-8, grupo das nações mais ricas, e do G-5, principais países emergentes, concordaram em evitar realizar desvalorizações cambiais competitivas e em promover um sistema financeiro internacional estável, segundo o comunicado final do encontro divulgado nesta quinta-feira. Os governantes também se comprometeram a fortalecer a regulação dos mercados e impulsionar reformas nas instituições financeiras. Os dois grupos também firmaram acordo sobre colocar um ponto final até o fim de 2010 na Rodada de Doha, processo de negociações para a liberalização do comércio mundial em discussão desde 2001.

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"Reafirmamos a manutenção e a promoção da abertura dos mercados e condenamos qualquer tipo de medida protecionista", aponta o esboço da declaração final. Os países do G-8 e do G-5 confirmaram a vontade de cooperar para que a economia global continue a crescer por "um caminho equilibrado, justo e sustentável em benefício dos países mais pobres". Reafirmaram ainda o compromisso de combater o protecionismo e promover "um sistema monetário estável e funcional".

Em comunicado divulgado semana passada, o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, disse que havia uma maior tendência ao protecionismo, citando 83 novas normas que poderiam ser consideradas restritivas.

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Na declaração final do encontro, os países do G-8 e do G-5 dizem que se empenham em um trabalho comum "para assegurar uma reativação verde global" e que "o crescimento deve ser sustentável, balanceado e inovador". A mobilização dos recursos financeiros para o desenvolvimento dos países pobres, em especial da África, foi considerado "fundamental" e se destaca a importância do "empenho comum sobre as políticas responsáveis frente aos países emergentes".

Segundo o documento, foi definido que se impulsione "o desenvolvimento, a difusão e a transferência de tecnologias limpas que reduzam as emissões de carbono e aumentem a eficiência energética".

Aquecimento global

Sobre a redução das emissões de carbono, o Brasil destacou que considera que "a redução de 80% das demissões de CO2 pelos países industriais não é factível" sem um objetivo de médio prazo em 2020, segundo disse a jornalistas o responsável brasileiro pelas negociações, Luiz Alberto Figueiredo Machado.

A China, que vive um processo acelerado de industrialização e que se tornou o maior contaminador do planeta em 2008, foi o país que colocou mais resistência ao acordo.

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Os países do G-8 e do G-5 concordaram em tentar limitar o aquecimento global a dois graus centígrados em relação aos níveis pré-industriais, mas não chegaram a um entendimento sobre a escala da redução das emissões do gás do efeito estufa.

Já o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, criticou o Grupo dos Oito (G-8, composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Itália, Japão e Rússia) por não ter assumido mais compromissos para o combate às mudanças climáticas no curto prazo. "As políticas que o G-8 proclamou até agora não são suficientes", disse o secretário durante a cúpula. "É política e moralmente imperativa a responsabilidade dos líderes para com o futuro da humanidade e do planeta Terra."

Ban Ki-moon disse que os países industrializados devem financiar os países mais pobres para que mudem seus padrões de crescimento baseados no carbono e se adaptem aos efeitos do aquecimento global. Os países em desenvolvimento estão insatisfeitos com a recusa do G-8 em assumir compromissos mais ambiciosos para o combate das mudanças climáticas.

Para o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, os países mais desenvolvidos e as principais potências emergentes do mundo deram "importantes passos adiante" no combate às mudanças climáticas, mas precisarão "ir além do que se espera deles" para fechar um acordo até o fim deste ano. Com informações da Dow Jones.

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