A Companhia Paranaense de Gás (Compagas) reajustou ontem o valor cobrado pelo gás natural em 4,05%. Com isso, a empresa repassa ao consumidor o aumento de 12% sobre o produto vendido às distribuidoras feito pela Petrobrás no início do mês. Segundo a direção da Compagas, esta será a última mexida na tabela de preços em 2006.
O reajuste no gás é reflexo de uma mudança de postura da Petrobrás, que no ano passado retirou o subsídio que concedia à comercialização do combustível. Os custos da estatal foram pressionados pela nova legislação de exploração do produto na Bolívia, elaborada após uma série de protestos populares e que eleva a tributação sobre as exportações. Cerca de metade do gás consumido no Brasil é de origem boliviana. Somente os consumidores dos estados do Sul, São Paulo e Mato Grosso do Sul recebem o combustível que vem do país vizinho e sofreram com o aumento.
Para o presidente da Compagas, Luiz Carlos Meinert, o reajuste feito pela Petrobrás vem um um momento ruim, pois pode atrasar a evolução do mercado. Por isso a empresa deve absorver novos aumentos em 2006 bastante prováveis, embora o governo brasileiro e a Petrobrás ainda negociem as condições de exploração do gás com o governo boliviano. "Não concordamos com essa atitude [da Petrobrás] e por isso já decidimos que não vamos aplicar mais nenhum reajuste a nossos clientes durante todo o ano", garante Meinert.