O preço da gasolina, em Curitiba e região, deve subir R$ 0,19 e, por conta disso, ultrapassar a marca dos R$ 3 por litro em alguns postos. A estimativa é do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis (Sindicombustíveis-PR), que prevê que o aumento possa ocorrer a partir da próxima semana. O governo federal confirmou, nesta quarta-feira (16), que o preço dos combustíveis está defasado, alimentando a expectativa por um reajuste de preços.
Conforme reportagem do Estado de São Paulo da última terça-feira (15), o aumento será de 7% e valerá para todo o país. A confirmação do reajuste, segundo o jornal, deve ocorrer nos próximos dias. O governo também planeja aumentar o preço do óleo diesel em 4% ou 5%.
O Sindicombustíveis-PR relata que, na capital paranaense, o repasse do aumento ao consumidor será automático, devido à atual margem de lucro dos estabelecimentos. "Hoje, R$ 0,19 na gasolina representa praticamente 70% da margem praticada pelos postos. É impossível absorver qualquer situação de aumento", disse o presidente da entidade, Roberto Fregonese.
De acordo com o último levantamento de preços semanal da Agência Nacional do Petróleo (ANP) que avalia 95 locais de venda , o preço médio pago pelo litro de gasolina pelos postos aos fornecedores foi de R$ 2,385. Na hora de vender o combustível aos clientes, o preço médio cobrado pelos estabelecimentos foi de R$ 2,806. Neste caso, a margem média entre os dias 6 e 12 de janeiro ficou em R$ 0,42.
Os R$ 0,19 de aumento esperados para a próxima semana, considerando a média de preço atual, representa, 45,23% da margem de R$ 0,42. Caso os postos segurassem o preço no mesmo patamar, a diferença entre o preço pago ao fornecedor e o praticado nas bombas cairia para R$ 0,23.
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Segundo Fregonese, a variação positiva no preço deve ser anunciada em um fim de semana, para que os consumidores tenham tempo de assimilar a mudança na cotação. Recentemente, o Sindicombustíveis-PR foi multado em R$ 1,2 milhão pelo Procon-PR porque os postos aumentarem o valor da gasolina na véspera do feriado de Finados. "Estamos aguardando que se oficialize [o reajuste]. Isso deve ser anunciado com antecedência. Não deve acontecer da noite para o dia", relata Fregonese.
A reportagem da Gazeta do Povo entrou em contato com quatro postos de combustível de Curitiba, sendo dois na área urbana e os outros, em rodovias que contornam a capital. Nos postos da região central e sul, a gasolina hoje custa R$ 2,79 e R$ 2,89 se confirmado o aumento de 7%, saltará para R$ 2,98 e R$ 3,08. Nos postos de rodovia, onde há comercialização do diesel, os preços do combustível utilizado principalmente em veículos de carga são de R$ 2,03 e R$ 2,02 passariam, na mesma hipótese de repasse integral de 7% de reajuste, para R$ 2,13 e R$ 2,12.
"Aumento é inevitável"
Fregonese relata que, neste momento, o aumento no preço do combustível é inevitável. Segundo ele, há uma defasagem de 25 dólares entre o valor pago por barril no mercado externo e o valor pelo qual ele é vendido no mercado interno pela Petrobras. "Em termos de litro, é de mais ou menos 33 centavos por litro [é o prejuízo]. O governo tem sido resistente à questão, principalmente por conta da inflação, mas não tem como segurar mais", opina.
Etanol pode segurar preço
A expectativa do governo, segundo Fregonese, é que a safra da cana seja boa e que haja como aumentar o percentual de etanol na gasolina de 20% para 25%. No entanto, a safra de cana começa a refletir nos preços do álcool apenas a partir de abril. Até lá, o consumidor deve sentir no bolso a cotação da gasolina acima dos R$ 3.
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