O primeiro ministro britânico Gordon Brown fez um apelo direto, neste domingo (2), aos países do Golfo para contribuírem com reservas para o Fundo Monetário Internacional auxiliar países que estão com problemas diante da crise financeira mundial. Brown, que atraiu a ira de alguns países produtores de petróleo, ao criticar a recente decisão da Opep em reduzir a produção para elevar os preços, também afirmou aos líderes empresariais árabes reunidos em um café da manhã em Riad, na Arábia Saudita, que é interesse de todos fazer com que os preços do petróleo fiquem estáveis. "Eu acredito que seu país tem um papel crucial e sua voz deve ser ouvida", disse ele aos empresários árabes. A viagem de Brown se estenderá nos próximos dias para Qatar e União dos Emirados Árabes. Brown disse também que a ajuda dos países do Golfo será importante para evitar o contágio da crise financeira e também para ajudar a reconstruir a confiança no sistema financeiro no futuro.
Analistas acreditam que os estados do Golfo podem se negar a contribuir com recursos ao FMI, um organismo dominado pelos Estados Unidos e pelos países industrializados do G-7. O ministro das Finanças do Kuwait, Mostafa al-Shimali, disse ao jornal Al-Anbaa, publicado neste domingo, que o Kuwait está preparado para ouvir o que Brown tem a oferecer. Segundo o ministro, o apoio aos mercados mundiais depende da oferta de oportunidades de investimento e de seus possíveis retornos.
Qualquer recurso dos países do Golfo não deve ser obtido antes de um encontro dos países do G-20 para discutir uma potencial reforma no sistema financeiro global para evitar a repetição da crise atual. A reunião deve ocorrer em 15 de novembro em Washington e terá a participação do rei Abdullah, da Arábia Saudita. "Eu estou muito satisfeito que a Arábia Saudita terá seu lugar na mesa de discussões", disse Brown. Segundo ele, a reunião entre produtores e consumidores de petróleo liderada pelo rei Abdullah, em julho, "trouxe novos parâmetros para as discussões ao reconhecer que nós temos interesses comuns como produtores e consumidores e manter os preços de energia mais estáveis assim como a necessidade de fazer uma transição sustentável para uma economia de menor emissão de carbono no longo prazo".
A Opep cortou, no mês passado, a produção de petróleo em 1,5 bilhão de barris por dia para impulsionar as cotações, ressaltando que os investimentos em produção estavam ameaçados em função da queda das cotações da máxima de US$ 147 o barril em julho para abaixo de US$ 70 atualmente.
A Inglaterra está planejando uma reunião em Londres, em dezembro para dar continuidade à reunião realizada em julho. Brown disse que a atual crise apenas será contornada com ações globais coordenadas, citando o sucesso da redução conjunta dos juros efetivado pelos bancos centrais dos Estados Unidos e de países europeus.
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