O governo da presidente Cristina Kirchner anunciou a liberação do preço da tarifa do gás, que estava congelado desde 2002, quando o então presidente Eduardo Duhalde (2002-2003), no meio da pior crise financeira, econômica e social da história da Argentina, decidiu impedir os aumentos tarifários. Mas, apesar do fim da crise, os sucessores de Duhalde - o ex-presidente Néstor Kirchner e a presidente Cristina - mantiveram o congelamento, apesar dos protestos das empresas privatizadas do setor, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e dos governos dos EUA, França e Espanha, entre outros.
O congelamento das tarifas paralisou os investimentos das empresas do setor na geração e distribuição de gás, fato que levou o país à crise energética desde 2004. No entanto, o casal Kirchner adiou constantemente o descongelamento, principalmente por questões políticas. Nos últimos seis anos, os argentinos contaram com as tarifas de gás mais baixas da região.
Os analistas indicam que, com o descongelamento, o governo Cristina emite um sinal aos mercados de que o país começa a voltar à normalização tarifária. Além disso, o descongelamento também tem um viés político interno, pois financiará parcialmente o gás para os setores mais pobres da sociedade, onde está o eleitorado da presidente Cristina e seu marido e ex-presidente Néstor Kirchner.
Os aumentos atingirão 48% dos usuários, principalmente os integrantes da classe média, setor que desde o início do ano realizou panelaços contra a política econômica da presidente Cristina.