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Governo confirma ajuste de gasolina e estuda usar Cide

“Temos preocupação com a Petrobras, sim, e é preciso entender que os preços não sobem na bomba de gasolina há mais de nove anos.”Edison Lobão, ministro de Minas e Energia | Fábio Rodrigues Pozzebom/ ABr
“Temos preocupação com a Petrobras, sim, e é preciso entender que os preços não sobem na bomba de gasolina há mais de nove anos.”Edison Lobão, ministro de Minas e Energia (Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ ABr)

O governo ainda não definiu o índice de reajuste da gasolina e do diesel, mas a decisão de aumento está confirmada.A presidente da Petrobras, Graça Foster, disse nesta quarta-feira (21) que o aumento poderá ser de 10%, conforme adiantado pela imprensa. "Normalmente a imprensa é muito bem fundamentada", disse Graça, ao ser questioada se esse seria o patamar de aumento.

A gasolina e o diesel representam metade da receita da Petrobras. A falta de ajuste tem refletido negativamente nas ações da empresa no mercado, principalmente depois que a estatal passou a ter que importar gasolina para suprir o consumo interno, comprando o combustível a preços internacionais e vendendo com preços congelados.

Ela não quis, no entanto, confirmar o percentual. "Nós não temos nenhum percentual de aumento da gasolina e nenhuma data específica". Graça, porém, explicou que em algum momento o aumento deve acontecer. "Nós precisamos de um aumento, porque o Brent desceu, mas o câmbio está subindo. Então, a paridade do preço está bem defasada."

Nem o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nem o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, confirmaram que o governo já teria um índice definido.

"Não confirmo nada", disse Mantega.Segundo Lobão, o governo está constantemente estudando o impacto do aumento de combustíveis na inflação."Estamos sempre fazendo simulações de quanto a Petrobras precisa de aumento e como isso repercute na inflação. Isso não quer dizer que vá se realizar prontamente", disse o ministro.

Ele informou que ainda há espaço para utilizar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), mas o governo está cauteloso porque se isso acontecer, os recursos da taxa serão esgotados, segundo Lobão.

A Cide é usada como uma espécie de colchão pelo governo para amortecer o impacto do aumento dos combustíveis na inflação. O governo vem lançando mão do recurso há nove anos, lembrou Lobão, e por isso os reajustes não pesam no bolso do consumidor. Desta vez, o governo tem dúvidas de usará o artifício ou deixará que o aumento chegue ao consumidor.

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