O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta segunda-feira (2), ao final da reunião ministerial com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o governo decidiu aumentar os investimentos e o número de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "Nós vamos dar um reforço no PAC. A ministra Dilma vai anunciar as mudanças na próxima quarta-feira", revelou Mantega, sem dar maiores detalhes.
Segundo ele, durante a reunião o governo analisou os desdobramentos da crise financeira internacional e argumentou que os países desenvolvidos ainda não tomarão medidas suficientes para contê-la e, por isso, os efeitos no Brasil e nos países em desenvolvimento serão maiores.
"A crise ficou pior e nos países desenvolvidos, onde a crise se originou, ainda não tomaram medidas suficientes para vencê-la. Isso faz com que os países em desenvolvimento tenham mais dificuldade no comércio externo", argumentou.
Segundo ele, o presidente pediu que os ministros da área econômica encontrem uma forma de reduzir o custo dos empréstimos e o spread bancário. "Nós formamos uma comissão e estamos analisando o que fazer. Mas eu posso garantir a vocês que nós conseguiremos reduzir os juros e o spread bancário. Já estamos fazendo isso pelo setor público [bancos públicos]. Estou conversando com a Febraban [Federação Brasileira dos Bancos] e vamos encontrar um caminho", comentou.
Mantega reafirmou que o presidente ordenou aos ministros que não parem os programas de investimento do governo e que haverá remanejamento de recursos destinados ao custeio da máquina para manter a ampliar os gastos com obras e projetos de infraestrutura. "O presidente pediu ousadia aos ministros", comentou.
Durante a maior parte da reunião os ministros discutiram o corte que o governo terá que fazer no orçamento deste ano e, segundo um dos auxiliares da presidência que participou da reunião, a palavra mais usada depois de "crise" foi "sensibilizar" o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.
Na semana passada, o governo anunciou um congelamento preliminar do orçamento R$ 37,2 bilhões, quase metade disso em investimentos e obras. Mantega disse que esse corte foi preliminar e que a equipe econômica vai analisar a arrecadação de fevereiro e março para definir o corte definitivo. "Não haverá cortes de investimentos. Se houve, foi preliminar. E o PAC será totalmente preservado", salientou.