O ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais) sinalizou nesta segunda-feira (9) que o governo deverá encaminhar ao Congresso uma nova proposta de reajuste para a tabela do Imposto de Renda até quarta-feira (11). Segundo o ministro, o novo valor ainda está sendo negociado com os partidos da base aliada e deve ser discutido nesta terça (10) com os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
“Vai se construir uma proposta alternativa para o Imposto de Renda. Ainda é um processo a ser construído que está sendo tratado com diálogo”, afirmou. O ministro, porém, não quis dar detalhes da negociação. O governo deverá chegar a um valor entre 4,5% e 6,5% de reajuste.
Em fevereiro, a presidente Dilma Rousseff afirmou que iria insistir no reajuste de 4,5% porque o governo não poderia abrir mão de arrecadação em um momento em que enfrenta uma crise econômica. Ela chegou a dizer que qualquer valor acima disso seria vetado.
No entanto, o governo foi obrigado a ceder diante de uma crise política intensificada com o Congresso nas últimas semanas. O presidente do Senado, Renan Calheiros, marcou para a próxima quarta-feira (11) a sessão conjunta do Congresso que irá analisar vetos presidenciais e o Orçamento da União para 2015.
Parlamentares insatisfeitos com o governo dão como certo a derrubada do veto de Dilma a uma proposta aprovada pelo Congresso no ano passado que determina um reajuste de 6,5%.
A intenção do governo é enviar uma nova proposta e, com isso, negociar a manutenção do veto presidencial. Questionado sobre se o plano dar errado e o veto ser derrubado, Pepe não respondeu.
Negociação
Na semana passada, líderes da base aliada cobraram mais rapidez do governo no envio da proposta. Eles cobraram a presidente pessoalmente em uma reunião com os parlamentares no Palácio do Planalto. Nesta segunda (9), a presidente se reuniu com os líderes do Senado no Planalto. Novamente, ela ouviu cobranças neste sentido.
No ano passado, o Congresso aprovou um reajuste maior, de 6,5%, valor mais compatível com a inflação calculada em 2014, de 6,41%. No entanto, Dilma vetou a medida em 20 de janeiro com o argumento de que a proposta levaria à renúncia fiscal na ordem de R$ 7 bilhões.
Na época, o governo sinalizou que enviaria uma nova proposta de correção de 4,5% da tabela, o que corresponde à meta oficial de inflação, descumprida desde 2010.