As atuações do Banco Central no mercado fizeram o dólar subir levemente nesta quinta-feira (31), mas não o bastante para impedir que a moeda tivesse em março a maior queda em quatro meses.

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A moeda norte-americana teve discreta valorização de 0,12 por cento, 1,631 real na venda. Em março, a moeda caiu 1,92 por cento, a maior desde dezembro, quando a cotação recuou 2,8 por cento. No trimestre, o recuo é de 2,1 por cento.

Em abril, os investidores devem seguir atentos a intervenções da autoridade monetária e a sinais do governo para tentar coibir nova escalada do real, além do cenário externo.

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Nesta quinta-feira, a firme intervenção do BC ofuscou a movimentação de investidores com posições vendidas para manter a cotação em baixa, visando uma Ptax (taxa média do dólar) mais conveniente à rolagem de contratos em vencimento.

"Acho que o BC não vai deixar o dólar seguir ladeira abaixo. O governo vai trabalhar para evitar volatilidade e especulações no câmbio, ainda que a tendência de modo geral seja de queda (da cotação)", afirmou Alfredo Barbutti, economista-chefe da BGC Liquidez.

Segundo ele, a autoridade monetária seguirá enxugando o excesso de liquidez do mercado via compras de dólares nas três frentes: à vista, a termo e futuro.

Após dias atuando de maneira mais tímida, o Banco Central nesta sessão realizou cinco leilões, sendo três à vista e dois via swap cambial reverso. Na última modalidade, contudo, o BC vendeu apenas 6.600 contratos, de uma oferta total (somando-se as duas operações) de 60 mil.

Na véspera, uma operação com oferta semelhante também teve pouca demanda. Profissionais de mercado afirmaram que o resultado tinha vínculo com a pressão pela queda do dólar por players com posições vendidas.

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Victor Asdourian, operador de câmbio da Hencorp Commcor Corretora, concorda que o BC continuará intervindo no mercado, mas questiona a eficácia das atuações.

"A tendência do dólar é de queda, não tem como segurar. É muito dinheiro entrando, e os estrangeiros estão aumentando cada vez mais as apostas contra o dólar. Uma coisa alimenta a outra", comentou. Profissionais do mercado avaliam que as opções de medidas para coibir a alta do real estão se esgotando.

Segundo dados do Banco Central divulgados na véspera, o fluxo cambial para o país alcançou 10,517 bilhões de dólares em março até o dia 25. No ano, o fluxo cambial é positivo em 33,45 bilhões de dólares, acima dos 24,35 bilhões de dólares em todo o ano de 2010.

Com a forte entrada de divisas e o menor temor de novas medidas do governo sobre o câmbio, os investidores estrangeiros elevaram a exposição vendida em dólar a 16,6 bilhões de dólares nos mercados de dólar futuro e cupom cambial.

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