A qualidade do gasto público realizado no período de 2000 a 2007 não favoreceu a distribuição de renda no Brasil. É o que destaca a pesquisa divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base nos mesmos dados Sistema de Contas Nacionais (SCN) e para a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).

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Segundo o estudo do Ipea, nos últimos sete anos, o governo gastou R$ 1,27 trilhão com juros, R$ 310,9 bilhões com saúde, R$ 149,9 bilhões com educação e R$ 93,8 bilhões com investimentos. Os gastos com juros superam em oito vezes o que foi aplicado em educação e em 10 vezes os investimentos para o país crescer.

"Ademais de poder ser considerado um gasto improdutivo, pois não gera emprego e tampouco contribui para ampliar o rendimento dos trabalhadores, termina fundamentalmente favorecendo a maior apropriação da renda nacional pelos detentores de renda da propriedade (títulos financeiros)", comenta o Ipea sobre os gastos com juros.

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De 2000 a 2007, o pagamento de juros do endividamento público equivaleria a cerca de 7% da média do total da renda nacional por ano. Para o mesmo período, o total de gastos da União com saúde, educação e investimento correspondeu a somente 43,8% do total das despesas com juros, equivalente a quase 54% da renda nacional de 2006 (R$ 2,370 trilhões).