Após reunião com presidente Dilma Rousseff, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, afirmou que o setor elétrico precisa de uma "solução estruturante" para 2015 e disse que um reajuste extraordinário nas contas de luz não está descartado pelo governo. "É uma alternativa", admitiu.
Ainda sem confirmar o tamanho do novo empréstimo para cobrir o rombo das distribuidoras de eletricidade de novembro e dezembro de 2014 - estimado em R$ 2,5 bilhões -, Braga afirmou que a solução buscada pelo governo terá que ser "híbrida". "Parte da despesa deve ser coberta por um empréstimo e parte de outras fontes", disse. "É preciso uma solução estruturante", completou.
Sobre essa "solução estruturante", o ministro disse que essa sequência de empréstimos para o setor - que somaram R$ 17,8 bilhões em 2014 e podem chegar a R$ 20,3 bilhões, agora - não voltará a se repetir em 2015.
Braga disse ainda que o Ministério da Fazenda não é contra o empréstimo, mas sim contra novos aportes do Tesouro Nacional para o setor elétrico.
"Este será o último empréstimo e será feito pelo mercado com taxas de mercado. Não vamos estender a Conta ACR (que recebe os recursos dos empréstimos) para 2015. Teremos uma solução estruturante para este ano", enfatizou.
Braga confirmou que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) irá adiar para o dia 30 de janeiro a liquidação dos pagamentos do setor referentes a novembro, que estava marcada para o dia 13 deste mês. Somente essa despesa custará R$ 1,6 bilhão.
A expectativa é que uma decisão final sobre as soluções adotadas para socorrer as distribuidoras saia na próxima segunda-feira (12).
- Governo ainda não tem solução para socorrer elétricas
- Caixa, Banco do Brasil e BNDES podem ser usados para socorrer setor elétrico
- Após atrasos, Jirau vira trunfo contra crise de energia
- Aneel confirma déficit de cerca de R$ 3 bilhões da CDE em 2014
- Abastecimento de energia em 2014 está garantido, diz o ONS