O Brasil procura por medidas tributárias para ajudar setores da economia afetados pelo fortalecimento do real, disse nesta sexta-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

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O dólar renovou a mínima em em seis anos, cotado a 2,020 reais nesta sexta-feira.

"Temos que aliviar a carga tributária dos setores que mais sofrem com o câmbio valorizado. Por exemplo os setores de mão-de-obra intensiva, setores de alta tecnologia", disse Mantega a repórteres em Washington.

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Mantega, que está na cidade para a reunião do Fundo Monetário Internacional, disse, entretanto, que isso não significa que o governo colocará em prática uma "política de socorro".

Ele disse que as medidas estariam relacionadas a impostos, principalmente reduzindo obrigações sobre salários.

"Temos que reduzir a despesa com pessoal para as empresas que têm mão-de-obra intensiva, para que possam competir em situação de igualdade com empresas que produzem lá fora que pagam menos impostos ou têm menos gastos previdenciários", disse. "Nós temos que equilibrar esse jogo."

Ele não especificou se o governo está estudando uma redução nas contribuições previdenciárias, mas acrescentou que as reduções seriam em "setores de alta tecnologia" e que somente as que ajudam a manter os níveis de emprego.

Umas das principais potências mundiais de commodities, os exportadores do setor no Brasil dizem sofrer com o câmbio no nível atual.

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O ministro disse que a valorização de uma moeda é normal quando um país está alcançando o ambiente necessário para chegar ao grau de investimento.

Grau de investimento?

Mantega também criticou as agências de classificação de riscos por não olharem mais cuidadosamente os indicadores da economia brasileira para, assim, darem ao país o grau de investimento em breve. Ele disse que visitará agências em Nova York na semana que vem para tentar mudar esse cenário.

"Estamos a dois degraus do investment grade. Nós estamos com BB e precisamos passar paro BB+ e BBB-", disse. Não vou citar nomes para não ser indelicado, mas é só fazer uma comparação e ver que alguns países que têm melhor classificação não têm as condições que nós oferecemos."

O Brasil recentemente revisou seu Produto Interno Bruto e a relação dívida/PIB, item que preocupa agências, foi reduzida de 49,7 por cento para 44,6 por cento.

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O país também aponta para a redução das vulnerabilidades externas devido a mais reservas e um volume menor da dívida em moeda estrangeira para reivindicar mudanças.

Apesar disso, agências como a Standard and Poor's e a Fitch têm dito que a dívida no Brasil ainda é alta em comparação a outros países com a mesma avaliação de risco.