O governo vai reduzir sua projeção para o crescimento da economia em 2014. Hoje, a equipe econômica estima uma alta de 1 8% para o Produto Interno Bruto (PIB). A nova previsão oficial deve ficar entre 0,5% e 1%, segundo apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

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Apesar da redução, a previsão continua mais otimista que a do setor privado. Segundo o relatório Focus, sondagem semanal do Banco Central feita com analistas de mercado, a previsão para o PIB está em 0,48%. Na semana passada, o Focus registrava uma projeção de alta de 0,52% para o PIB em 2014.

O maior impacto negativo na economia este ano virá, segundo os especialistas ouvidos pelo Banco Central, do setor industrial. Segundo a previsão do Focus, a indústria deve encolher 1,98% neste ano.

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Recuperação

A onda de revisões das projeções foi deflagrada pela divulgação, pelo IBGE, da queda de 0,6% do PIB no segundo trimestre, indicando que a economia está estagnada ou em recessão.

Fontes do governo avaliam que está havendo uma recuperação da atividade econômica no segundo semestre. O governo avalia que os dados do terceiro trimestre devem ser positivos, o que ajudaria a melhorar os dados dos dois trimestres anteriores, por efeito estatístico.

É normal o IBGE fazer revisões dos números anteriores para retirar os efeitos sazonais dos dados. No segundo trimestre, quando a economia recuou 0,6% em relação aos primeiros três meses do ano, o IBGE alterou a medição do primeiro trimestre de um avanço de 0,2% para uma taxa negativa de 0,2%.

Com isso, o governo espera que um indicador positivo no terceiro trimestre traga leve melhora nos dados do PIB no primeiro semestre.

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Urgência

O governo, porém, não poderá esperar a divulgação do desempenho da economia no terceiro trimestre pelo IBGE, em 28 de novembro. Antes, terá de fechar um número para o relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas, a ser enviado ao Congresso Nacional até o dia 22 deste mês.

É com base nos parâmetros macroeconômicos, como PIB, inflação e câmbio, que o governo fecha as previsões das contas públicas de forma a ajustar receitas e despesas para cumprir a meta do superávit primário, a fim de pagar juros da dívida.

Com o dado negativo do segundo trimestre, a equipe econômica será obrigada a revisar para baixo a projeção do PIB de 1,8%. Mas enfrenta uma dificuldade: se o número for muito baixo, pode comprometer a estimativa de crescimento da arrecadação. Com receitas em queda e sem margem para cortar despesas, a área econômica terá de fazer uma ginástica estatística para manter a meta fiscal do setor público em R$ 99 bilhões. Uma fonte do governo admitiu que será muito difícil fechar o próximo relatório orçamentário.

A Receita Federal já anunciou que abandonou a última previsão de crescimento da arrecadação para este ano, que era de 2% em relação ao 2013. Segundo técnicos do órgão, as projeções - que começaram o ano em 3,5% - estão superestimadas. Internamente, os técnicos dizem não esperar um crescimento da arrecadação superior a 1% em 2014, mesmo com a entrada dos recursos extras do programa de parcelamento de débitos (Refis) nos próximos meses. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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