Cálculos feitos pelo governo apontam redução no risco de desabastecimento de energia em 2015, segundo nota publicada nesta quarta-feira (4) após reunião do CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) sobre a operação do mês de novembro.

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De acordo com o órgão, o risco de qualquer déficit de energia para o próximo ano nas regiões Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste são da ordem de 4,2% e 0,3%, respectivamente.

O governo estabelece como 5% o nível máximo tolerado de risco de desabastecimento. Caso o índice supere este valor, os órgãos federais do setor precisariam lançar mão de um programa para segurar a demanda por energia até que o equilíbrio fosse novamente alcançado.

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Após a reunião mês anterior, o CMSE informou que o risco para a região Sudeste/Centro-Oeste alcançara a marca dos 5%, mas o secretário-executivo do MME (Ministério de Minas e Energia), Márcio Zimmermann, minimizou a importância do cálculo."Não há risco nenhum de deficit. A tolerância de 5% não é igual ao IPCA [Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, que mede a inflação]", disse. "O índice que está ali é excelente. É preciso esperar o fim de abril, que é o período chuvoso, para recalcular o risco real", acrescentou.

De acordo com a nota do comitê, apesar do equilíbrio do setor elétrico, ações específicas podem ser necessárias, em função dos volumes de água armazenados nos reservatórios. Caberia ao ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) a adoção de medidas para preservação dos reservatórios. O órgão não especificou quais medidas poderiam ser adotadas.

Apagão no verão

Conforme Folha de S.Paulo revelou em 5 de novembro, o ONS avisou distribuidores e geradores que há risco de serem necessários cortes seletivos de energia para garantir o fornecimento durante os horários de pico, entre janeiro e fevereiro, quando há forte aumento no consumo de eletricidade.

Para manter os reservatórios em nível seguro e evitar apagões nos horários de pico, as usinas deixariam de fornecer energia de madrugada. Os cortes afetariam grandes centros urbanos do Sudeste, como Rio, São Paulo, Campinas, Belo Horizonte e Vitória.A medida pode ser necessária se as chuvas não forem suficientes para elevar os reservatórios ao nível de 30% entre janeiro e fevereiro. Atualmente eles estão em 16,15%. No ano passado, neste período, estavam com 43,18% da capacidade.

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Durante reunião do Programa Mensal de Operação (PMO), realizada entre 30 e 31 de outubro, Francisco José Arteiro de Oliveira, diretor de Planejamento e Programação da Operação do ONS, afirmou que o órgão precisaria operar as usinas hidrelétricas de forma a prepará-las para os horários com maior demanda.

Para evitar quedas inesperadas do sistema, o ONS cortaria seletivamente parte do fornecimento na madrugada. Isso permite o aumento do volume de água nas represas.

Volta das chuvas

O CMSE afirma que, em novembro, na região Sudeste choveu ligeiramente acima da média histórica no oeste de São Paulo e no centro-sul de Minas Gerais. Nas demais áreas da região choveu pouco abaixo da média histórica.

Na região Centro-Oeste choveu pouco acima da média histórica na metade sul e abaixo do normal no extremo norte de Goiás e no centro-norte do Mato Grosso.

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A volta das chuvas nos locais onde estão os principais reservatórios ajudou interrupção da queda do nível de seus volumes úteis. O ONS esperava que, em novembro, os reservatórios da região Sudeste/Centro-Oeste terminassem com 15,5%. Nos últimos dias do mês passado, as chuvas levaram os reservatórios para 16%.

Nos primeiros dias de dezembro, eles continuam a se recuperar. Segundo a última informação divulgada pelo ONS, os reservatórios dessa região estavam em 16,15%, em 2 de dezembro.