Os gregos acordaram nesta segunda-feira (29) com bancos e caixas eletrônicos fechados e diante de um clima de rumores e teorias de conspiração, depois que o colapso nas conversas entre Atenas e seus credores aprofundou o país ainda mais na crise.

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Sem receber qualquer financiamento emergencial para os bancos gregos do Banco Central Europeu (BCE), o primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, anunciou sombriamente controles de capital em um discurso televisionado no domingo à noite para impedir que os bancos quebrassem sob o peso de saques em massa.

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A Grécia tem menos de 48 horas para pagar 1,6 bilhão de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI), e um calote vai desencadear eventos que podem levar à saída do país da zona do euro.

Referendo

Mas, depois de Tsipras ter irritado os credores internacionais da Grécia ao anunciar um referendo para o próximo domingo sobre os termos do acordo de reformas em troca de dinheiro, as esperanças de um avanço de última hora estão acabando rapidamente. Os gregos reagiram com uma mistura de descrença e medo.

“Não posso acreditar”, disse a moradora de Atenas Evgenia Gekou, de 50 anos, em seu caminho para o trabalho. “Continuo achando que vamos acordar amanhã e tudo estará bem. Estou tentando muito não me preocupar.”

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Autoridades europeias enviaram sinais confusos sobre seus próximos passos. Um porta-voz da Comissão Europeia disse a uma rádio francesa que Bruxelas não fará nenhuma nova proposta nesta segunda-feira (29), aparentemente contradizendo as declarações do comissário econômico da UE, Pierre Moscovici. Ele disse que uma nova oferta estava vindo e que os dois lados estavam “a apenas alguns centímetros” de um acordo.

Bancos fechados

O governo grego vai manter os bancos fechados ao menos até depois de 5 de julho, data do referendo, e os saques em caixas eletrônicos – que estavam fechados nesta segunda-feira- serão limitados a 60 euros por dia quando reabrirem na terça-feira (30). A bolsa de ações também permanecerá fechada.

Após meses de brigas, os parceiros europeus da Grécia colocaram a culpa pela crise em Tsipras. Os credores querem que a Grécia corte aposentadorias e eleve impostos de maneiras que Tsipras há muito argumenta que vai aprofundar uma das piores crises econômicas da era moderna em um país onde um quarto da força de trabalho já está desempregada.

Enquanto Tsipras anunciava as medidas emergenciais no domingo, havia longas filas do lado de fora de caixas eletrônicos e de postos de combustíveis.

“Tenho cinco euros no meu bolso, pensei em tentar a sorte aqui e pegar algum dinheiro. As filas no meu bairro estavam muito longas ontem”, disse o encanador Yannis Kalaizakis, de 58 anos, do lado de fora de um caixa vazio no centro de Atenas nesta segunda-feira (29).

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“Não sei mais o que dizer. Está uma bagunça.”