A Grécia vai iniciar negociações com os credores privados sobre o novo programa de swap de bônus, que ainda tem vários detalhes pendentes, segundo informou o vice-ministro de Finanças grego, Philippos Sachinidis. Em uma entrevista concedida para a emissora de TV privada Mega, o ministro disse que o programa envolve uma fatia em dinheiro e outra em títulos.
Os comentários do ministro ocorrem após uma série de decisões fechadas na quinta-feira por autoridades europeias para tentar conter o alastramento da crise do endividamento europeu. Com base no acordo, os credores do setor privado concordaram com um desconto de metade do endividamento grego e os líderes europeus se comprometeram, em contrapartida, a recapitalizar os bancos europeus.
"Nós ainda não decidimos sobre os termos finais do acordo fechado no dia 26 de outubro, mas na segunda-feira começaremos conversas e nós estamos convidando todos os detentores de bônus gregos a participarem", disse Sachinidis. "O acordo prevê que uma parte dos bônus antigos seja paga em dinheiro e que o restante seja trocado por novos títulos", afirmou.
Embora não tenha dado mais detalhes, os comentários do ministro ecoam declarações de outras autoridade gregas nos últimos dias. Uma das proposta em discussão pressupõe que 100 euros em bônus grego nas carteiras dos credores sejam trocados por 15 euros em dinheiro e mais 35 euros em um bônus grego com prazo de 30 anos e cupom de juros de 6%.
Os bancos gregos, que possuem cerca de 45 bilhões de euros em títulos governamentais do país, serão fortemente afetados pelo swap e devem ter de apelar ao governo para que este fortaleça suas bases de capital.
Enfrentando perdas estimadas de 16 bilhões de euros, líderes europeus concordaram em dar apoio aos bancos gregos com 30 bilhões de euros em um financiamento emergencial, caso as instituições bancárias não consigam os recursos de seus acionistas. A ajuda dos acionistas é uma perspectiva que parece pouco provável.
Mas, Sachinidis acrescentou que há "vários, vários detalhes técnicos pendentes".
Entre as lacunas está se os bancos serão recapitalizados por meio de recursos que seriam emprestados pelo governo ou por dinheiro que viria diretamente da Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês). Também não se sabe se os bancos teriam de emitir novas ações em troca dessa ajuda e quando os bancos terão de realizar a baixa contábil de suas perdas com o swap de títulos.
"Se (a recapitalização) ocorrerá por intermédio do fundo (estatal) grego ou se virá da EFSF ainda é um tema em aberto", disse. "Os bancos têm até junho para se recapitalizarem", acrescentou. "Mas não está decidido quando eles vão realizar a baixa contábil de suas perdas, se será no final do ano ou quanto a troca se materializar." As informações são da Dow Jones.
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