Alexis Tsipras, líder da esquerda radical (Syriza) desiste de formar uma coalização para governar a Grécia.| Foto: Louisa Gouliamaki/ AFP Photo

Os partidos políticos gregos não conseguiram nesta quarta-feira (9) formar um governo em meio a alertas de credores de que um empréstimo a ser pago na quinta-feira pode ser o último caso Atenas não honre seus compromissos.

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Os alertas foram feitos depois que o líder do partido de extrema esquerda, encarregado de formar um governo, disse a credores internacionais que qualquer gabinete que ele lidere irá renegociar os termos do resgate de 240 bilhões de euros (R$ 311 bilhões).

Nesta quarta-feira, Alexis Tsipras disse, no entanto, que estava desistindo dos esforços para formar um governo de coalizão. "Não podemos tornar real nosso sonho de um governo de esquerda", disse ao grupo parlamentar Syriza que ficou em segundo na eleição de domingo.

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"Amanhã devolverei o mandato dado a mim pelo presidente da República e continuaremos a participar dos processos constitucionais", acrescentou.

Agora é a vez do líder socialista, Evangelos Venizelos, cujo partido ficou em terceiro nas eleições de domingo, tentar formar um governo.

"Receberei um mandato (para formar um governo) e manter os esforços nacionais", disse o líder do Pasok após encontro com Tsipras.

Tsipras foi encarregado de formar um governo na terça-feira, depois de os conservadores, que garantiram o maior número de assentos no Parlamento, terem fracassado em construir uma aliança.

Em Bruxelas, uma autoridade da União Europeia disse à AFP que a Grécia receberá o empréstimo de 4,2 bilhões de euros como esperado na quinta-feira, mas um outro crédito de 1 bilhão de euros ficará embargado até segunda-feira.

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Autoridades da zona do euro que se reuniram nesta quarta-feira "decidiram deixar a decisão do desembolso dos 1 bilhão de euros para a segunda-feira", disse a fonte, citando os ministros das Finanças da Eurozona.

As incertezas políticas levaram incertezas aos mercados, com o euro em queda, enquanto aumentavam os temores em relação a uma possível saída da Grécia da zona do euro até o fim do ano após eleições que mostraram a rejeição dos eleitores em relação aos planos de austeridade.

Caso Venizelos não consiga formar uma coalizão, o presidente será obrigado a convocar todos os parlamentares eleitos para uma "união" de governo. Se isso não ocorrer até 17 de maio, novas eleições serão convocadas.

Os partidos gregos, paralelamente, alertaram que podem não conseguir cumprir os acordos fechados anteriormente com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) em troca de cortes orçamentários.

Até mesmo os líderes da coalizão Pasok-Nova Democracia, que assinaram o acordo com o FMI e a UE em 9 de março, sugeriram que este deverá ser renegociado. Tais declarações irritaram alguns líderes na Europa.

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O chanceler de Luxemburgo, Jean Asselborn, alertou que os futuros empréstimos não serão liberados até que a Grécia instale um governo estável.

"Temos que dizer ao povo grego neste momento que a situação é séria, que nenhum país da União Europeia poderá desembolsar nem uma fatia dos 130 bilhões de euros para os gregos, se não houver um governo funcional que respeite as regras e controle o dinheiro desembolsado", disse em Bruxelas.

Os ministros da zona do euro devem se encontrar na segunda-feira em Bruxelas.

Em Berlim, a chanceler alemã, Angela Merkel, disse nesta quarta-feira que os países da UE que assinaram o pacto fiscal para cortes orçamentários precisam cumprir com o acordo.

"Todos precisam cumprir o acordo. Vinte e cinco países já assinaram o pacto fiscal", disse Merkel a jornalistas em declarações que podem ser direcionadas tanto à Grécia como à França, cujo presidente eleito, François Hollande, também afirmou que pretende renegociar o acordo.

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