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A Grécia precisará de uma ajuda adicional para reduzir a sua dívida para 120 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) até 2020, e se não levar a cabo reformas estruturais e outras medidas, a sua dívida pode chegar a 160 por cento até 2020, mostrou um relatório do FMI, do Banco Central Europeu e da Comissão Europeia.

O cenário base é que a Grécia reduza sua dívida dos atuais 160 por cento para 129 por cento do PIB em 2020, bem acima dos almejados 120 por cento, detalhou a análise confidencial de 9 páginas preparada pelos ministros das Finanças da zona do euro.

"Os resultados apontam uma necessidade de alívio adicional da dívida do setor privado ou do estatal para modificar a trajetória da dívida", disse o relatório, datado de 15 de fevereiro e obtido pela Reuters.

O relatório serve de base para as discussões dos ministros da zona do euro sobre as condições sob as quais a Grécia poderá obter nova ajuda financeira do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da zona do euro.

"Há uma tensão fundamental entre os objetivos do programa de reduzir a dívida e melhorar a competitividade, no sentido de que a desvalorização interna necessária para restaurar a competitividade da Grécia inevitavelmente levará a uma dívida maior em relação ao PIB no curto prazo", afirmou o documento.

"Neste contexto, um cenário que preocupa em particular envolve a desvalorização interna por meio de uma recessão mais profunda (devido aos constantes atrasos nas reformas estruturais e na implementação da política fiscal e da privatização)", disse o relatório.

"Isto resultaria uma trajetória de dívida muito mais alta, deixando a dívida chegar a até 160 por cento do PIB em 2020. Dados os riscos, o programa grego pode continuar sujeito a acidentes, com dúvidas sobre sustentabilidade pairando sobre ele", acrescentou.

Segundo o relatório, a dívida pode ser reduzida de 129 por cento para 120 por cento por meio da reestruturação dos lucros acumulados sobre os títulos gregos, o que cortaria 1,5 ponto percentual do resultado final.

Outro 1,5 ponto percentual poderia ser obtido ao se reduzir as taxas de juros sobre empréstimos bilaterais na zona do euro estendidos a Atenas durante o primeiro pacote de resgate financeiro e 3,5 pontos percentuais poderiam ser poupados com a reestruturação dos portfólios de títulos gregos em poder de bancos centrais da zona do euro.

Contudo, a maior contribuição para a redução da dívida poderia vir se o Banco Central Europeu abrisse mão do lucro sobre os títulos gregos que comprou sob o programa de aquisição de dívida iniciado em 2010, já que reduziria a dívida em 5,5 pontos percentuais.

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