Milhares de funcionários do transporte público da Grécia realizam nesta quinta-feira (22) uma greve de 24 horas contra reformas do governo. Profissionais de outros setores, como os professores e controladores de voo, também realizam paralisações. As movimentações ocorrem um dia após o governo aprovar novos cortes orçamentários para acalmar seus credores internacionais.
A greve atingiu todas as modalidades de transporte público em Atenas e no seu entorno, levando a grandes congestionamentos na hora de pico da manhã, quando as pessoas lutavam para chegar ao trabalho. A greve envolve ônibus, metrôs, táxis, trens da cidade e os que operam nos subúrbios, no primeiro de uma série de protestos planejada para os próximos dias contra os recentes cortes. Os taxistas já haviam feito greve na sexta-feira.
Os controladores de voo do Aeroporto de Atenas realizarão uma greve de três horas ainda nesta quinta, o que já levou ao cancelamento ou ao atraso de dezenas de voos. Os professores também cruzaram os braços. Além disso, estudantes planejam uma manifestação no centro de Atenas para esta tarde. Funcionários municipais farão uma paralisação de quatro horas.
As duas principais centrais sindicais da Grécia - GSEE, do setor privado, e Adedy, do público - anunciaram uma greve nacional do setor público para 5 de outubro e uma greve geral no país em 19 de outubro.
Crise
Pressionada por seus credores internacionais, a Grécia decidiu na quarta-feira (21) realizar novos cortes em salários do funcionalismo, cobrar impostos de trabalhadores de renda mais baixa e retirar 30 mil servidores da folha de pagamento do setor público. Esses trabalhadores serão deixados em um período de reserva no qual receberão 60% do salário por um ano. Após o período de reserva, poderão ser dispensados se não houver trabalho para eles no setor público. Cortes nos salários do setor público e outras medidas também estão planejadas. O setor público emprega 780 mil pessoas, no país de 11 milhões de habitantes.
Em jogo está a parcela de 8 bilhões de euros de ajuda da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) que a Grécia precisa receber nas próximas semanas, ou o governo ficará sem dinheiro em meados de outubro. Os credores do país exigiram medidas adicionais de austeridade, antes de liberar o valor. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.
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