Nova manifestação
Nesta quinta (17), petroleiros organizam manifestação contra o leilão de Libra na Boca Maldita, no Centro de Curitiba, a partir das 16h30. De acordo com o sindicato, haverá atos e protestos semelhantes em várias cidades do país.
Petrobras adota medidas para evitar prejuízo com greve
Agência Estado
A empresa afirmou que "não cabe posicionamento" sobre as principais reivindicações dos trabalhadores grevistas.
Os petroleiros do Paraná começaram uma greve por tempo indeterminado nesta quinta-feira (17), em apoio a uma mobilização nacional da categoria. O movimento é contra o leilão de petróleo do Campo de Libra, no pré-sal da bacia de Santos, previsto para 21 de outubro. No estado, a greve começou afetando as áreas de refino e transporte de petróleo e derivados, mas ainda não afeta a produção.
As informações são do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro) do Paraná e de Santa Catarina, que organiza o manifesto no estado. Silvaney Bernardi, presidente da entidade, prevê que, para começar afetar a produção, o movimento precisa durar pelo menos três dias. "Depende muito de cada paralisação. Mas, pelo nosso histórico, esse é o tempo que costuma levar para começar a impactar a produção."
A greve no Paraná atinge três locais. Um deles é a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária (região metropolitana de Curitiba), onde a troca de turno de funcionários ainda não foi feita por completo. Trabalhadores que entraram às 15 horas de quarta (16) continuam em seus respectivos postos até esta manhã. As outras unidades atingidas são a Usina do Xisto, em São Mateus do Sul; e o Terminal Aquaviário da Petrobras Transporte (Transpetro) de Paranaguá (Tepar).
O Sindipetro de SC e PR, junto com outras entidades do Brasil, entrou com várias ações civis e populares para sustar o leilão. A expectativa é de que uma definição sobre esse recurso saia ainda nesta quinta. Dependendo das definições de Brasília, os petroleiros podem avaliar o fim da greve em assembleia. Mas, até a manhã desta quinta, não havia previsão de reuniões de avaliação do movimento.
Pelas contas de Silvaney, 75% dos funcionários aderiram à greve, de um total de 950. Nesta manhã, no entanto, apenas cerca de 100 estavam no protesto em frente à refinaria. Ele explica a adesão dizendo que muitas pessoas nem saem de casa devido à greve e que os que chegam à unidade de carro dão a volta, já que não encontram local para estacionar fora da refinaria. "A maior parte dos que aderiram à greve é do setor operacional, que é quem faz a refinaria funcionar, que trabalha em máquinas e equipamentos. Na parte administrativa, a adesão é menor."
A reportagem entrou em contato com a Petrobras nesta manhã de quinta (17) e aguarda retorno com informações sobre o assunto.Leilão
O leilão, previsto para 21 de outubro, é organizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O consórcio que vencer a disputa terá que fazer um pagamento imediato de R$ 15 bilhões e firmar o compromisso de investimento mínimo de R$ 610 milhões nos primeiros quatro anos. Três estatais chinesas, a Shell (britânica) e a Total (francesa) estão disputando o Campo de Libra. A previsão é que Libra esteja produzindo 1 milhão de barris por dia em 2020, metade do que a Petrobras levou 60 anos para obter.
Distribuição de gás
A paralisação reacende a possibilidade de uma possível falta de GLP (o gás de cozinha) ao consumidor, já que a distribuição está deficitária desde o fim de setembro. Houve registro até de falta de gás em algumas regiões. Isso porque, nesse período, houve aumento do consumo devido ao inverno prolongado do Sul e da manutenção da Refinaria de São José dos Campos. Este local estava produzindo apenas um quarto de sua capacidade durante a execução de melhorias no espaço. A informação é da Petrobras e do Sindicato dos Revendedores de Gás do Paraná (Sinregás-PR).
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