Os cinco mil metalúrgicos da unidade da Renault de São José dos Pinhais, na região de Curitiba, e os 2,6 mil trabalhadores da fábrica da Volvo na Cidade Industrial de Curitiba decidiram encerrar a greve nas duas empresas na manhã desta quarta-feira (16). Na Volvo, a paralisação durou um dia, enquanto os funcionários da montadora francesa ficaram de braços cruzados por 12 dias. Já na Volkswagen, também em São José dos Pinhais, uma assembleia dos empregados decidiu pela manutenção da greve, que entra nesta quarta-feira no 11º dia útil de paralisação.
Depois de 12 dias de paralisação e duas audiências de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), a Renault acabou cedendo e aceitou dar um reajuste de 8,62% para os trabalhadores, além de abono de R$ 2 mil já neste mês de setembro. O diretor do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), José Roberto Athayde, disse que antes mesmo de saber do desfecho das negociações, considerava que o acordo com a Renault seria mais fácil. "Faltava apenas antecipar parte do reajuste, que a empresa queria jogar para o ano que vem", diz. Às 6 horas desta quarta, os 2 mil funcionários do primeiro turno da montadora retomaram as atividades, segundo ele.
No caso da Volvo, a empresa não chegou ao índice reivindicado pelos trabalhadores, mas uma nova proposta apresentada nesta manhã foi suficiente para os metalúrgicos concordarem com o fim da greve, segundo o diretor do SMC Nelson Silva de Souza. A reivindicação do sindicato era de reajuste de 8,62% (o que corresponderia a 4% de aumento real), além de abono de R$ 2 mil, elevação do piso salarial para R$ 1,5 mil e garantia de estabilidade para os 2,6 mil trabalhadores até o dia 31 de dezembro. O acordo foi fechado com reajuste de 7,57% (3% de aumento real), abono de R$ 2 mil, elevação do piso para R$ 1.381,66 e garantia de emprego até o início de dezembro.
Volkswagen
Na Volkswagen, as reivindicações são 8,62% de reajuste (referente à inflação mais 4% de aumento real) e R$ 2 mil de abono a serem pagos em setembro, além de adicional noturno de 25%. Segundo o diretor do SMC Osvaldo da Silva Silveira, a empresa oferece 6,53% de aumento, o que ainda não satisfaz os trabalhadores. "Teremos uma nova audiência com a montadora às 16 horas no TRT, em Curitiba. Esperamos que a empresa chegue com uma nova proposta", diz. Procurada pela reportagem, a Volkswagen informou que não comentará à imprensa o andamento das negociações com os trabalhadores.
Prejuízos
Ao longo dos dez dias úteis de braços cruzados na Volks somados aos oito da Renault 14,3 mil automóveis deixaram de ser produzidos na região, de acordo com estimativas do SMC. Na Volvo, calcula-se que a greve fez com que a montadora deixasse de fabricar 50 caminhões, 50 cabines e 40 motores.
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