As agências da Caixa Econômica e do Banco do Brasil estão todas sem atendimento presencial na Região  Metropolitana de Curitiba| Foto: Henry Milleo / Agência de Notícias Gazeta do Povo

Informações ao vivo

A Gazeta do Povo fará uma cobertura ao vivo da greve dos bancários nessa quinta-feira (2) novamente. Serão repassadas informações sobre agências fechadas pelos grevistas e em quais locais o atendimento ao público está disponível.

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Veja como foi a cobertura nessa quarta-feira (1º)

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Bancários realizam manifestação no Centro Cívico nesta quinta-feira

Kelli Kadanus

Os bancários realizam nesta quinta-feira (2) um ato público em frente à Sede do Banco Central em Curitiba, no Centro Cívico. De acordo com o Sindicato dos Bancários, a manifestação ocorre a partir das 10 horas na Avenida Cândido de Abreu, mas não deve reunir uma grande quantidade de pessoas. O motivo, segundo o sindicato da categoria, é que grande parte dos bancários que aderiram à paralisação estará nas comissões montadas nas agências para explicar os motivos da greve.

Saques e depósitos têm de ser mantidos

Mesmo durante a greve, as agências têm de manter em dia serviços essenciais como o saque nos caixas automáticos (que precisam ser abastecidos com dinheiro) e os envelopes para depósitos. Atento à situação, o  Procon-PR pretende apurar denúncias -- feitas por bancos -- de que funcionários que fazem esses serviços estariam sendo barrados nas agências por grevistas.

"Estamos apurando as informações. Cada um fala uma coisa, mas o Procon não vai servir de manobra para a greve. Nossa intenção é proteger o consumidor", diz a diretora do órgão, Claudia Silvano. Em agências de Curitiba há avisos para clientes sobre horários limitados para a compensação dos depósitos no dia por causa da greve.

O sindicato regional da categoria nega a denúncia, mas afirma que a redução de pessoal durante a greve pode dificultar o serviço. "A gente não pode entender, de forma tão simplória, que não pode ocorrer transtorno durante a greve. Isso infelizmente a greve causa, mesmo que não seja o que queremos ou busquemos", diz o presidente Elias Jordão. "Ainda há muitas agências abertas, então o estrangulamento não é tão grande como o Procon pensa".

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A adesão dos bancários à greve nacional deflagrada na terça-feira (30) continua bem maior em bancos públicos do que nos privados de Curitiba. As agências da Caixa Econômica e do Banco do Brasil (BB) estão todas sem atendimento presencial na Região  Metropolitana de Curitiba (RMC), conforme informações do Sindicato dos Bancários. A exceção são postos de atendimento -- como na Prefeitura, Departamento de Estradas e Rodagem (DER) e Departamento Estadual de Trânsito (Detran) --, em que funcionários estão filtrando o atendimento, aceitando apenas clientes da instituição.

INFOGRÁFICO: Veja como ter serviços bancários durante a paralisação

Clientes do HSBC, Itaú, Santander e Bradesco ainda tinham opções de atendimento em agências de bairros como Portão e Batel. Algumas unidades tinham adesivos relativos à greve nas fachadas, mas estavam funcionando. O presidente do sindicato da região, Elias Jordão, reconhece que a mobilização nos bancos estatais costuma ser maior do que em privados. Conta para isso, diz ele, as pressões pela manutenção do emprego e do cumprimento de metas. "Sendo franco, tem uma coisa de pressão muitas vezes de gestores, de diretoria, e o funcionário do banco privado sente mais", diz ele, que é funcionário do Bradesco.

No segundo dia de greve, afirma o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, o número de agências fechadas subiu de 145 para 238, entre as 532 da região. A abrangência da greve, então, passou de 31% no primeiro dia para 44% das unidades -- abaixo do registrado pela entidade no segundo dia da greve de 2013, quando metade estava fechada. A situação diz respeito à falta de atendimento presencial, uma vez que os caixas eletrônicos continuam disponíveis nas agências.

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Também explica que a adesão à greve esteja se mostrando mais gradativa neste ano a dinâmica (nas palavras de Jordão) instaurada pela atual gestão do sindicato, que assumiu em 2014. O presidente afirma estar estimulando a participação espontânea dos bancários. "Recebo hoje solicitações de [funcionários de] bancos pedindo material [de divulgação]. Estamos tentando ir numa linha de ‘você tem que participar, venha buscar o material e ajude a convencer trabalhadores de outras agências’, diz Jordão. "Esse modelo pode ter dado, não diria uma refluída, mas [contribuído para um] avanço um tanto menor. Mas tem sido mais educativo".

Nacional

No segundo dia de paralisação nacional dos bancários, a adesão à greve cresceu e os trabalhadores fecharam 7.673 agências em todos os Estados. O número representa um terço de todas as 22.987 unidades bancárias do país. Na terça-feira (30), quando a greve começou, 6.572 agências, ou 28,6% do total, não abriram as portas. Os levantamentos foram realizadas pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). A Federação Brasileira de Bancos, a Febraban, não realiza um balanço diário para averiguar a extensão da greve.

A paralisação foi fortalecida nesta quarta-feira (1º) com a adesão de funcionários de call center do Banco do Brasil, Bradesco, Santander e HSBC, além de centros administrativos do Itaú Unibanco. A Febraban, no entanto, afirma não ter registrado problemas nos atendimentos por telefone. A entidade diz que o serviço é em grande parte automatizado e representa apenas 4% dos 40,2 bilhões de transações realizadas em 2013.

Bônus

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No caso de alguns cargos -- em especial, cargos de chefia -- a remuneração variável, que muda conforme metas atingidas, também contribui para a baixa adesão à greve desses profissionais. Mesmo em agências de bancos estatais, os gerentes continuaram prestando atendimento ontem, apesar de raramente atenderem ao público diretamente. Essa é a forma que aposentados e pensionistas têm encontrado para resolver problemas ao receber benefícios -- desbloquear cartões, por exemplo.

A função de orientação tem sobrado ainda para funcionários terceirizados e menores aprendizes, que trabalham normalmente em unidades do BB e da Caixa. A  Gazeta do Povo consultou os dois bancos sobre o assunto, mas apenas a Caixa respondeu. Via assessoria de imprensa, o banco informou que incentivou as agências a manterem funcionários atendendo à população, só que a decisão continua sendo de cada agência.

Longa, greve de 2013 também teve adesão gradativa

A greve dos bancários do ano passado foi a mais longa desde 2010 -- durou 23 dias. Da mesma forma que vem ocorrendo neste ano, o fechamento de agências na Grande Curitiba também foi gradativo. Em 2010, quando 61% das agências foi fechada nos dois primeiros dias, a greve durou menos: 15 dias.

Mas, segundo o Sindicato dos Bancários de Curitiba, a expectativa é que a greve longa de 2013 não se repita em 2014, apesar de a reivindicação de reajuste salarial seja ainda maior (12,5% contra os 11,9% do ano passado).

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"Em 2013, estivemos em plena discussão da PL43, que os bancos tinham interesse de passar porque regulamentava a terceirização. O processo negocial teve um pano de fundo de enfrentamento. São cenários que fogem do controle do processo de negociação", afirma o presidente do sindicato, Elias Jordão.