O HSBC Holdings, o maior banco da Europa, anunciou nesta terça-feira (9) um plano estratégico para restaurar os lucros e o crescimento até 2017. Para isso, vai encerrar suas atividades no Brasil e na Turquia, o que reduzirá seus custos em entre US$ 4,5 bilhões e US$ 5 bilhões, e eliminar quase 50 mil postos de trabalho em todo o mundo.
De acordo com a instituição, 25 mil empregos serão cortados na venda de suas operações no Brasil e na Turquia. Não está claro ainda o prazo de encerramento de atividades nos dois países tampouco as datas das demissões. No caso do Brasil, o HSBC só continuará funcionando para grandes corporações. De 20 mil a 25 mil vagas em tempo integral, ou 10% da força de trabalho, serão cortadas no restante do mundo. Só no Reino Unido, 8 mil postos serão fechados.
“Reconhecemos que o mundo mudou e precisamos mudar com ele”, disse o diretor-presidente Stuart Gulliver. “Estou confiante que nossas ações vão permitir atingir nossas previsões de crescimento e aumentar o valor para os nossos acionistas.” O plano de corte terá um custo de US$ 4 bilhões a US$ 4,5 bilhões até 2017, segundo o comunicado do HSBC.
Fontes próximas à negociação afirmaram à agência Bloomberg que o Bradesco deve desembolsar entre US$ 3,2 bilhões e US$ 4 bilhões pela unidade brasileira do HSBC, que não é rentável – em 2014, teve um prejuízo de R$ 441 milhões – e tem 853 agências no país. De acordo com o analista do Deutesche Bank Tito Labarta, a unidade brasileira está avaliada entre US$ 3,2 bilhões e US$ 4,6 bilhões.
O Bradesco estaria disposto a pagar em dinheiro, segundo as fontes. Além disso, o Bradesco teria mais facilidade de integrar os ativos e de obter aprovação do governo do que um banco estrangeiro como o Santander, que também fez uma oferta. O espanhol Santander é o segundo banco com maior probabilidade de comprar o HSBC.
A compra, no entanto, não seria suficiente para o Bradesco passar o Itaú Unibanco em ativos. O HSBC é o sétimo maior banco do país em ativos, segundo dados dos balanços dos bancos. O Bradesco passaria a ter R$ 1,18 trilhão em ativos comparado com R$ 1,3 trilhão do Itaú. O Banco do Brasil é maior do país, com R$ 1,54 trilhão.
O Itaú também fez uma oferta, mas teria menos interesse por já ter o maior valor de mercado no Brasil.