O recuo de 1,3% nos postos de trabalho na indústria em julho ante junho acende um sinal de alerta, já que o setor é o que costuma absorver mais mão de obra nessa época do ano, segundo o comportamento da série histórica da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), divulgada nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Houve redução de 49 mil vagas. Na comparação com julho de 2010, houve apenas leve alta, de 0,1%, com criação de três mil postos.
"O avanço na indústria em razão da serie histórica não foi o esperado", afirmou Cimar Azeredo, gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE. "Embora (o desemprego) tenha tido a menor taxa do mês de julho, o avanço (na geração de postos em julho ante junho) não foi significativo."
Em São Paulo, a redução nas vagas da indústria foi de 0,7% em julho, na comparação com junho, menos 14 mil trabalhadores. Em Porto Alegre, houve queda de 1,6% nos postos do setor, menos seis mil vagas. Em Belo Horizonte, o recuo foi de 2,2% no emprego na indústria, menos dez mil postos.
"O maior porcentual da população ocupada nessas três regiões está na indústria", explicou Azeredo, que, no entanto, chamou a atenção para a melhora do emprego. "Houve crescimento nas vagas com carteira."
Para o gerente do IBGE, o recuo nos postos da indústria deve ser acompanhado para que se saiba se há uma tendência de recuo na ocupação. "A indústria é que tradicionalmente cria vagas nessa época do ano e que vai absorver os quase 1,5 milhão de trabalhadores que ainda estão desocupados", disse.
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