O crescimento econômico da China pode estar desacelerando ainda mais. Dados divulgados nesta quinta-feira mostraram a primeira queda anual em 28 meses no investimento estrangeiro direto (IED) e uma nova redução nas encomendas, sinalizando uma contração maior na atividade manufatureira.
Os dados destacam riscos crescentes para a expansão da China vindos da piora das economias desenvolvidas, enquanto a demanda doméstica é apertada pelos esforços do governo para conter a inflação imobiliária.
Uma pesquisa do HSBC apontou novamente retração na atividade das fábricas chinesas, segundo leitura preliminar de dezembro, após o recuo das novas encomendas.
O índice de gerentes de compras para o setor manufatureiro do HSBC (PMI, na sigla em inglês), primeiro indicador a ser divulgado no mês sobre a atividade industrial chinesa, ficou em 49 em dezembro, um modesto crescimento ante a leitura de 47,7 em novembro, mas ainda assim apontando contração na atividade.
O índice do setor manufatureiro deve reforçar a percepção de que as empresas estão tendo dificuldade diante do enfraquecimento da demanda global e das condições de crédito apertadas no país.
Enquanto isso, dados do Ministério do Comércio revelaram que o IED de 8,8 bilhões de dólares registrado em novembro foi 9,8 por cento menor que o registrado em novembro de 2010, marcando a primeira queda anual desde o colapso de 35,7 por cento sofrido em 2009.
A forte redução dos fluxos vindos dos Estados Unidos foi um peso forte, desacelerando o crescimento anual do IED para 13,2 por cento, contra 15,9 por cento em outubro.
Ainda assim, o total de 103,8 bilhões de dólares em IED no ano até agora sugere que 2011 deve bater recordes.
A desaceleração no aumento do IED acontece após a primeira saída líquida de capital em quatro anos na China em outubro, parte de uma tendência recente de fuga de capital dos mercados emergentes -- movimento amplamente induzido pela crise de dívida da Europa.
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