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Preços

IGP-10 do ano foi o maior desde 2004

A inflação medida pelo Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) foi de 10,27% em 2008, um recorde desde 2004. No ano passado, por exemplo, o mesmo índice havia subido 7,38%. A metodologia aplicada pela Fundação Getúlio Vargas na apuração do IGP-10 é a mesma do IGP-M e do IGP-DI – bastante usados no reajuste, por exemplo, dos contratos de aluguel –, com a única diferença de ter um período de coleta diferente. O IGP-10 é calculado com base nos preços praticados entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência.

A forte deflação no setor industrial (-0,22%) levou à desaceleração do IGP-10 de novembro para dezembro (de 0,73% para 0,03%). Segundo o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, foi a mais expressiva queda na indústria desde outubro de 2006 (-0,29%). "Não é comum o setor industrial apresentar queda de preços", afirmou.

Exportadores

De acordo com o economista, houve uma disseminação de quedas e desacelerações de preços industriais notadamente voltados para exportação. É o caso das movimentações de preços registradas em produtos alimentícios e bebidas (de 0,90% para -0,15%); produtos químicos (de 4,23% para -2,12%); bovinos (de -1,07% para -2,19%); produtos siderúrgicos (de 0,24% para -0,05%); e celulose (de 4,86% para 2,01%).

Efeitos

Embora admita que os efeitos da crise internacional tenham atingido alguns segmentos voltados para o mercado interno, Quadros comentou que o impacto de recuo na demanda nos setores exportadores foi muito mais intenso.

Além disso, o coordenado também informou que houve queda de preços em itens relacionados direta ou indiretamente à cotação do barril de petróleo no mercado internacional – que tem despencado desde o agravamento da crise mundial. É o caso da deflação registrada em produtos derivados do óleo e do álcool no atacado (de 1,94% para -2,80%).

Repasse

Segundo Quadros, a inflação do varejo deve sofrer em breve o impacto do repasse dessa queda que ocorre agora no atacado. De acordo com ele, a aceleração dos preços varejistas de novembro para dezembro (de 0,49% para 0,62%) detectada pelo IGP-10 é passageira. "Muitos itens que estão em queda no atacado já deveriam estar provocando repasses de reajuste no varejo. Isso não aconteceu ainda, mas vai acontecer", afirmou.

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