O Instituto Internacional de Finanças (IIF, na sigla em inglês), formado pelos maiores bancos do mundo, prevê que o dólar pode continuar forte e se valorizar nas próximas semanas, principalmente em relação às moedas de países emergentes como o Brasil. O real foi a divisa que mais perdeu valor ante o dólar desde o fim de agosto até agora, de acordo com um relatório do IIF.

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A pressão para novas altas do dólar pode vir de mudanças nas expectativas dos investidores sobre quando o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) vai elevar as taxas de juros, destaca o IIF. O relatório da instituição ressalta que o comunicado da última reunião de política monetária dos dirigentes do BC americano mostrou continuidade por "tempo significativo" dos juros próximos de zero, mas o que preocupa é a previsão divulgada para as taxas em 2015 e 2016, mais fortes que o esperado.

"A diretoria do Fed sinaliza agora um aperto em ritmo mais rápido do que o mostrado em junho e ainda muito mais intenso do que quando a redução das compras de ativos foi anunciada, em dezembro", comentam os economistas do IIF. A mediana das projeções de juros dos dirigentes do Fed estava em 0,75% para o fim de 2015 na reunião de dezembro de 2014. No encontro deste mês, subiu para 1,37%. Para 2016, aumentou de 1,75% para 2,87% no mesmo período de comparação.

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Os economistas do IFF ressaltam que, em um cenário de maior incerteza, a volatilidade nos mercados de câmbio e juros aumentou nas últimas semanas, depois de alguns meses de calmaria nos mercados. O real se desvalorizou cerca de 7% em relação ao dólar desde o fim de agosto até agora, a maior queda entre as moedas de emergentes. África do Sul e Colômbia aparecem em seguida. As únicas divisas destes países que se valorizaram foram o yuan da China e a moeda da Ucrânia.

Eleições

No geral, as moedas de emergentes caíram 5% em relação ao dólar este mês, nível menor que em outros momentos de maior estresse nos mercados internacionais. Mas o IIF destaca que os dados de cada país mostram números discrepantes, com os mais vulneráveis sofrendo mais. No caso brasileiro, o relatório ressalta que, além do fortalecimento do dólar por causa do cenário externo, o real tem se enfraquecido por causa das incertezas sobre as eleições presidenciais.

O mês de setembro vem sendo marcado por um aumento da aversão ao risco, destaca o IIF, que atribui a maior cautela dos investidores a vários fatores. O principal é a expectativa de alta de juros nos EUA, mas a piora da tensão no Oriente Médio e na Ucrânia e o referendo da Escócia também contribuíram. As bolsas mundiais já caíram 3% este mês, puxadas pelas ações de empresas de países emergentes, com perda média de 6%.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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